Inquérito no Paraguai desmente acusação contra Venezuela

denúncia

 

A mídia mundial foi tomada, de ponta a ponta, pela acusação da ministra da defesa do Paraguai, María Liz García, de que o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, teria se reunido secretamente com chefes militares paraguaios para fomentar um levante das forças armadas do país contra a deposição relâmpago do ex-presidente Fernando Lugo.

A acusação gerou uma investigação pela procuradora do Paraguai Estella Marys Cano, que chamou às falas os militares que se reuniram com o diplomata Venezuelano e, depois se soube – mas só pela blogosfera –, com os dos outros países da missão da Unasul que foi àquele país ponderar com o congresso sobre a destituição açodada do presidente constitucional.

A procuradora Marys Cano divulgou o resultado das investigações. Disse que o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, não instou militares do país a se sublevar contra a queda de Lugo no dia do impeachment. Segundo Cano, que ouviu os militares, Maduro fez uma “advertência” a respeito das sanções a que o Paraguai poderia ser submetido.

Além disso, a investigação da procuradoria paraguaia também descartou como “prova” um vídeo editado pela ministra da defesa paraguaia que mostra Maduro e militares paraguaios entrando em uma sala do palácio presidencial no dia da queda de Fernando Lugo – a procuradora confirma que o vídeo, na íntegra, mostra que foi uma reunião muito mais ampla.

Como sempre, a mídia dá grande destaque a acusações contra seus desafetos e publica uma notinha de pé de página, escondida, quando aquelas acusações se mostram falsas.

Pior, porém, é a falsificação de notícias.

Uma comissão da OEA composta por EUA, Canadá, México, Honduras e Haiti emitiu um relatório preliminar que referenda a deposição de Lugo. Isso não significa que a OEA vá aprovar esse relatório, até porque foi feito por emissários oriundos de países que desde a primeira hora aceitaram o golpe paraguaio, mas a mídia deu grande destaque a essa notícia, que ganhou as primeiras páginas dos jornais.

O que as matérias malandras sobre o relatório preliminar da OEA não esclareceram é que a maioria dos países que integram o organismo é contrária ao processo que derrubou o presidente constitucional do Paraguai e, portanto, são reduzidas as chances de esse relatório se tornar posição oficial.

Nos últimos anos, democracias combalidas como a do Paraguai ou a de Honduras transformaram-se em laboratórios para um novo tipo de violação da vontade eleitoral dos povos da região. Está em curso uma batalha surda para, de um lado, impor um preço alto a aventuras golpistas nas Américas e, de outro, brindar golpes com impunidade.

A única possibilidade de burlar a censura e as manipulações midiáticas é usando a internet. Que cada internauta que souber da verdade se multiplique e espalhe as versões corretas dos fatos, pois o golpismo terceiro-mundista, de inspiração ianque, trabalha a todo vapor para vender rupturas institucionais como processos legais.

A democracia conta com você, leitor. Espalhe essas notícias.

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