Mídia omite que batida policial em escola do MST foi ilegal

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O ator de renome internacional Wagner Moura gravou vídeo declarando repúdio à recente invasão ilegal da polícia civil paulista na escola do MST Florestan Fernandes, em Guararema (SP), levada a cabo sem mandado judicial e com policiais fazendo disparos imotivados de suas armas de fogo.

Há uma profusão de vídeos disponíveis sobre o episódio. Assistindo, fica evidente que os policiais usaram truculência desnecessária contra os alunos e professores presentes ao local. Dando tiros para o alto ou para baixo, gritando, mirando armas nas pessoas, derrubando-as no chão e imobilizando-as desnecessariamente.

Vale ver ou rever um desses vídeos.

Como se vê, as pessoas que estavam na escola Florestan Fernandes no momento da invasão da polícia pediam “calma” aos policiais. Relatos de pessoas do MST dão conta de que a polícia realizou nesta sexta-feira caçadas a membros do MST em várias partes do país, como SP, PR e MS.

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Estranhamente, as operações estão acontecendo sem mandado de prisão ou qualquer documento oficial.  Eis por que as preocupações com o endurecimento do regime que todos estamos acompanhando.

Nesse contexto, o comportamento da grande imprensa é preocupante. Com tanto material disponível, quase dez horas após os eventos supra reproduzidos o noticiário dos grandes meios de comunicação está sendo revoltantemente omisso.

As matérias disponíveis nos portais de internet no fim da tarde de sexta-feira 4 de novembro não fizeram menção à falta de mandado para a operação policial em tela e à truculência desnecessária, com tiros, gritos, agressões e prisão “por desacato” de duas pessoas que estavam na escola.

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O que você acaba de ver nessas matérias é uma decisão imoral dos editores do UOL e do G1 que provavelmente vai se estender para os telejornais, pois os vídeos omitidos do público comprovam as alegações do MST e de artistas como Wagner Moura, que falam em arbítrio.

Qual era a necessidade de a polícia entrar na escola atirando e imobilizando pessoas?

Qual era o direito da polícia de invadir o local sem mandado judicial?

Como a polícia pode prender por “desacato” pessoas que se revoltaram (pacificamente) contra uma ação dessa natureza?

Essas são perguntas que já trazem respostas embutidas. E que vão ajudando a compor o mosaico da situação de ruptura democrática em curso no país, uma ruptura que só terá paradeiro se os democratas conseguirmos atrair a atenção do mundo para os abusos em curso no Brasil.