Lava Jato cobra “recibos originais” que defesa de Lula já vinha oferecendo

Últimas notícias

 

A defesa do ex-presidente Lula vem reiterando pedidos de que a Lava Jato pericie os recibos de locação que entregou em atendimento à exigência do juiz Sergio  Moro, devido às acusações da mídia de que tais recibos seriam “falsos”. Agora, o Ministério Público diz que os documentos são falsos e exige perícia que quem vinha pedindo era a defesa do ex-presidente.

A força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) na Operação Lava Jato diz que os recibos de pagamento de aluguel do apartamento vizinho ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em São Bernardo do Campo (SP), são “ideologicamente falsos”.

Na tarde de quinta-feira (5), os procuradores apresentaram um “incidente de falsidade criminal” ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância. O procedimento pede “a produção de novas provas que possam contribuir para evidenciar a falsidade”, diz o MPF por meio de nota.

Moro ainda não se manifestou a respeito do incidente. O pedido pela produção de provas, de acordo com o MPF, tem como objetivo esclarecer pontos específicos, “como se houve alguma adulteração também dos próprios papéis, por quem e quando estes recibos foram feitos e onde estavam”.

A Lava Jato ressalta que os recibos “não foram encontrados em diligências de busca e apreensão anteriores”. “Sem margem à dúvida que os recibos juntados pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva são ideologicamente falsos, visto que é simulada a relação locatícia representada pelo engendrado contrato de locação”, afirmou a Procuradoria da República.

A Procuradoria pede ainda que os recibos originais sejam apresentados. Os procuradores pediram a Moro que “seja determinada a realização de perícias grafoscópica e documentoscópica sobre os documentos, com vistas ao esclarecimento dos quesitos a serem oportunamente apresentados pelo Ministério Público Federal e pelos réus, após intimação para tanto”.

Procurada pela reportagem do UOL, a defesa de Lula manteve o posicionamento informado na quinta-feira (5). Em nota, o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, chamou os procuradores de “ilusionistas”.

“O questionamento do MPF é uma tática ilusionista de quem não conseguiu provar que valores provenientes de contratos da Petrobras beneficiaram Lula”. Segundo Zanin, a realização de perícia nos recibos “irá demonstrar que eles são idôneos e que foram assinados pelo proprietário do imóvel”.