Senado levará Mourão pra ver “estragos imaginários” na Amazônia

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Foto: João Paulo Guimaraes Foto: Daurio Filho / Agência O Globo

Após a primeira reunião para votar os requerimentos, os senadores da comissão que acompanha as ações de combate aos incêndios no Pantanal aprovaram o convite para que o vice-presidente, Hamilton Mourão, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina acompanhem a comitiva de parlamentares que vai a Corumbá (MS) no próximo dia 3 de outubro. A ideia é verificar in loco as ações de enfrentamento às queimadas.

— De nada adianta o legislativo fazer esses encaminhamentos se não tivermos ao nosso lado o Executivo federal — ponderou o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), relator da comissão. Ele ainda afirmou que vai entregar os convites pessoalmente aos ministros e ao vice-presidente.

A medida faz parte do plano de trabalho de Trad que foi aprovado pela comissão, que inclui a realização de audiências públicas com representates dos ministérios do Meio Ambiente, Defesa e Agricultura, para discutir o que o governo federal tem feito para controlar a situação no Pantanal. No último sábado, um grupo de parlamentares já esteve em Poconé (MT) e sobrevoaram a região afetada pelas queimadas.

Outro que será convidado para esses debates é o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta semana, a corte promoveu uma série de debates com liderados pelo ministro Luís Roberto Barroso para discutir o Fundo do Clima.

As queimadas que ocorrem há mais de 40 dias no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já devastaram uma área de cerca de 2,9 milhões de hectares, e também provocam a destruição da fauna da região, com a destruição do habitat natural dos animais. Por isso, na semana passada, o Senado instalou a comissão que vai acompanhar, durante três meses, as ações de combate aos incêndios na região pantaneira.

Apesar da devastação, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o país está “de parabéns” em matéria de preservação ambiental. Ontem, em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, Bolsonaro disse também que “os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação”. No entanto, o Ministério do Meio Ambiente gastou apenas 0,4% dos recursos destinados a ações finalísticas, como omo a criação e a implantação de programas de proteção e preservação do meio ambiente, entre janeiro e agosto de 2020.

A Polícia Federal já realizou diligências no Pantanal para identificar possíveis responsáveis pela tragédia ambiental. A suspeita é de que o fogo tenha sido provocado por fazendeiros da região. O governo já decretou situação de emergência em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul por causa do fogo e o ministro Ricardo Salles reconheceu que a situção tomou proporções gigantescas.

O Globo