Elite paulista descontrolada

Opinião do blog

A intolerância, o racismo e o preconceito continuam crescendo entre a elite paulista. Como cada manifestação de preconceito e de intolerância costuma servir de fio condutor para novas manifestações, depois dos negros e nordestinos agora foi a vez dos gays serem atacados pelos filhos mimados da elite paulista.

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Da Folha de São Paulo – 15/11/2010

Jovens de classe média agridem 4 na av. Paulista

Polícia investiga 3 ataques; vítimas foram para hospital e depois liberadas

Advogados e parentes dos rapazes dizem haver exagero da polícia e que caso foi uma “confusão que virou agressão”


Um grupo de cinco jovens de classe média, colegas de um colégio particular da capital, foi preso ontem acusado de promover uma série de ataques, sem motivo aparente, a quatro pessoas que estavam pela região da Paulista.

Em dois desses ataques a polícia diz haver indícios de motivação homofóbica. As agressões eram feitas com chutes, socos e até com bastões de luz branca. Duas das vítimas foram socorridas em hospitais da região. Os agressores foram reconhecidos.

Advogados e parentes dos cinco jovens, quatro deles adolescentes de 16 e 17 anos, dizem haver um exagero por parte da polícia e o que houve foi apenas “uma confusão que acabou em agressão”. “Eles podem não ser vítimas, mas não são algozes assim”, disse o advogado Orlando Machado Júnior, defensor de um adolescentes de 16 anos.

Dois dos ataques ocorreram por volta das 6h30 próximo à estação Brigadeiro do Metrô, na av. Paulista. Os jovens, segundo a família e advogados, voltavam de ônibus de uma festa em Moema.

De acordo com as vítimas Otávio Dib Partezani, 19, e Rodrigo Souza Ramos, 20, eles estavam próximos a um ponto de táxi quando viram o grupo caminhar na direção de ambos, mas sem demonstrar qualquer agressividade.

Mas quando o grupo chegou próximo aos dois iniciou os ataques. O grupo dizia, segundo as vítimas, “Suas bichas”, “Vocês são namorados!”. Rodrigo fugiu para o Metrô, quando Otávio foi agredido por três rapazes.

Logo após essa agressão, o quinteto atacou outro jovem, Luís, 23, que estava com dois colegas. Ele foi ferido no rosto e na cabeça com lâmpadas de bastão. Os colegas não foram agredidos, segundo a polícia. O sobrenome dele foi preservado a pedido dele.

Testemunhas que viram as agressões chamaram a PM e os jovens foram levados para o 5º DP (na Aclimação).

Por volta das 13h, quando a ocorrência estava sendo registrada como formação de quadrilha e lesão corporal gravíssima, apareceu o lavador de carros Gilberto Felipe Andrade, 18, dizendo ter sido vítima de uma agressão. Ele reconheceu os jovens.

Segundo Andrade, ele foi agredido por volta das 3h na av. Brigadeiro Luís Antônio.
Ele disse à Folha que o grupo seguia atrás dele quando um dos adolescentes lhe acertou com um soco na nuca. Os outros rapazes o agrediram em seguida.

Os adolescentes apreendidos seriam transferidos para a Fundação Casa, enquanto o mais velho, Jonathan Lauton Domingues, seria encaminhado para o Centro de Detenção Provisória.