A tristeza do palhaço

Opinião do blog

Assista, abaixo, ao comentário de Arnaldo Jabor no Jornal da Globo de 23 de dezembro de 2010. Em seguida comento.

Quem leu jornal ou revista, ouviu rádio, assistiu televisão ou navegou na internet nas últimas semanas de 2010, nos grandes veículos teve uma surpresa: foi informado de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria “triste” por deixar o poder.

Os colunistas pagos a peso de ouro para debochar do presidente, caluniá-lo e intrigá-lo com aliados inventaram uma tristeza que ele estaria sentindo por ter que deixar o cargo que não resiste à menor reflexão. A tese é tão absurda quanto todas as outras que essas pessoas tentaram furiosamente vender ao país desde a volta do país à normalidade democrática, em 1989.

Lula colheu tudo o que uma pessoa pode desejar nesta vida. Poucos seres humanos foram brindados com tanta sorte, por mais que ele tenha feito a própria sorte ao se portar como se portou – com dignidade, humildade, coragem e perseverança quase sobre-humanas.

Se não, vejamos:  fez a carreira política mais exitosa da nossa história. Conseguiu tudo. Saiu da pobreza extrema e se tornou o maior sindicalista que o país já viu; criou aquele que hoje é o maior partido político brasileiro; seus dois mandatos, arrancados a fórceps contra os que gora o dizem “triste”, foram um sucesso que nem os inimigos negam; o mundo o reverencia; elegeu a própria sucessora…

E Lula está “triste” por deixar o poder, segundo esse indivíduo – e todos os outros paus-mandados dos barões da mídia – que, como cineasta, foi um fracasso, e como menino de recados da imprensa golpista, não passa de um triste palhaço.