A policial despida à força

Opinião do blog

É de cortar a alma ao meio a cena em que aqueles depravados que deveriam resguardar a lei despiram uma garota insensata que se envolveu em um caso como esse. Ainda assim, não ficaria surpreso se, ao fim, ficasse provado que a menina passou por tudo aquilo à toa por ser inocente da acusação de “concussão” que lhe foi feita.

Surpreso mesmo, fiquei ao saber que existiu uma corrente de opinião que defendeu aquele abuso inadmissível contra a mulher. A corregedora da Polícia Civil apoiou aquilo. Isso é o que mais espanta, o machismo feminino.

Sob que argumento defendem essa barbaridade? De que tem que fazer cumprir a lei sem perda de tempo, porque a moça seria evidentemente culpada, etc., etc.?

Pergunto, então: cumprir uma lei descumprindo outras? Como assim? Lei é lei. Há lei para punir e há lei para defender o cidadão, inclusive no caso de esse mesmo cidadão ter errado. E aquele cidadão que acha que se deve punir de forma descontrolada quem delinqüe, inclusive com uso de violência desnecessária ou tortura mesmo, é um criminoso em potencial.

As pessoas que apóiam justiçamentos só entenderão como são inaceitáveis no dia em que um ente querido der um mau passo e por isso for punido além da medida. Devassar a dignidade humana daquela menina, expondo sua genitália a um bando de homens, doeu-me na alma. Lembrei de minhas filhas, de que jovens são freqüentemente insensatos.

E que ninguém duvide de que um filho seu pode cometer um erro. Eu, por exemplo, tenho duas filhas moças exemplares, corretas, sérias, esforçadas, trabalhadoras e belas. Sei a criação que lhes dei. Mas sei que somos humanos, falíveis e, assim, todos passíveis de errar…

Em minha opinião, os homens e mulheres que compactuaram com aquele crime devem, no mínimo, ser afastados da atividade policial. No mínimo e definitivamente.

PS: este post foi alterado. Havia menção a uma pessoa que me havia feito uma cobrança grosseira no Twitter para que eu escrevesse sobre este assunto. A pessoas se desculpou e eu achei que não valeria a pena deixar aquela parte do texto. Afinal, o que nele importa é só a parte que ficou.

—–

Assista, abaixo, ao vídeo da indignidade que é esse caso: