FHC perde de Lula por 3 a 2

Crônica

Saiu ontem (sábado) na coluna de Mônica Bergamo, a colunista de fofocas do caderno de (maiores) inutilidades da Folha de São Paulo:

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FOLHA DE SÃO PAULO

16 de abril de 2011

Mônica Bergamo

TERCEIRO ROUND

Fernando Henrique Cardoso volta a disparar. Em entrevista ao jornalista Alexandre Machado em seu programa “Começando o Dia”, que estreia na rádio Cultura FM, na segunda, desafia Lula para disputar uma eleição contra ele. Diz que o petista, “lá de Londres, refestelado em sua vocação nova [de palestrante]”, se “dá o direito de gozar” de FHC. “Ele se esquece que eu o derrotei duas vezes. Quem sabe ele queira uma terceira. Eu topo.”

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Após cometer a pérola sobre ser necessário que o PSDB desse uma banana para o povão como “estratégia” para chegar ao poder, Fernando Henrique Cardoso mostra um alheamento da realidade que permite inferir que pode estar senil, apesar de não aparentar 79 anos.

Primeiro, porque não é Lula que teria que topar enfrentá-lo em uma nova eleição presidencial. E a questão não é o petista querer ou não, mas o partido do próprio FHC, que trata de escondê-lo a cada eleição desde 2002, aceitar lançá-lo candidato a qualquer coisa.

E você, leitor, se for fã de FHC, não brigue comigo ou com o PSDB, mas com os 76% do eleitorado que repudiam o ex-presidente apesar de todo esforço (diário) que a mídia faz há quase uma década tentando ressuscitar essa múmia política.

Aliás, a senilidade fernandina está em estágio tão adiantado que ele perdeu a capacidade de contar. Ele não venceu Lula, perdeu dele, se formos fazer as contas.

Mesmo tendo vencido as eleições de 1994 e 1998 graças, não a si mesmo, mas ao poder que a mídia tinha de hipnotizar o eleitorado – poder que não pertence mais a ela –, não conseguiu fazer seu sucessor em 2002 – e Lula fez a dele em 2010 – e foi escondido pelo próprio partido nas três eleições presidenciais do século XXI.

Ou seja: são duas vitórias ilegítimas (porque vencidas com ajuda de um “juiz” ladrão, a mídia) contra três vitórias legítimas do adversário, que descobriu como anular a influência dos que (ainda) se pretendem árbitros eleitorais.

Dizem que, ao envelhecer, corremos o risco de nossas mentes retrocederem à infância. O comportamento juvenil (no mau sentido) de um ex-presidente da República cheio de títulos, que transforma a política em disputa colegial, comprova a tese.