Nunca tive partido

Crônica

Toda vez que escrevo alguma coisa que prova que nunca tive partido, quem achava que tinha se decepciona. Apesar de sempre ter dito que se durante os oito anos passados escrevi em defesa do governo Lula era porque achava que era disso que o Brasil precisava, parece que alguns não acreditaram.

Não, nunca tive partido. Nunca me envolvi com políticos. Não lhes dou bom dia, boa tarde ou boa noite nas redes sociais assim que dão sinal de vida. E não é por nada pessoal, mas porque não me relaciono com políticos. Poderia até me relacionar, mas só se ficasse conhecendo algum e com ele simpatizasse. Não porque ocupa este ou aquele cargo.

Jamais estabeleceria relações pessoais com políticos por outra razão que não fosse estritamente social. E como todos os que conheci até hoje foi de forma institucional, jamais me tornei “amigo” de algum deles. Simplesmente porque não os procuro. Não por simpatia ou por antipatia, mas porque não vejo razão para deles me aproximar.

Posso elogiá-los ou descer a lenha neles e isso só depende de uma coisa: a forma como se portam.

Já me sugeriram que entrasse em algum partido. No PT, por exemplo, que sempre defendi. Se fiz isso, porém, é porque, de meus 29 anos para cá (tenho 51), é o partido com o qual mais me identifiquei. Isso não significa, porém, que esteja disposto a fazer defesas incondicionais dele ou de qualquer outra agremiação político-partidária.

Infelizmente, vivemos em uma sociedade na qual o que se afirma nunca é considerado verdade, mas estratégia. Se eu digo que não tenho partido ou que nada quero com a política, pensam que é estratégia. Não é. Sou sincero. Não me disponho a defender ou atacar políticos ou partidos por razões pessoais.

Durante o governo passado, porém, creio que dei a entender que era “petista” porque defendi não apenas o partido do ex-presidente Lula, mas o próprio. Fiz isso porque era o que me parecia certo fazer, o que melhor atendia aos interesses do meu país. E por nada mais.

Contudo, se alguém espera de Eduardo Guimarães que defenda ou ataque partidos ou políticos de forma sistemática e incondicional, danou-se. Não faço isso. O endereço de quem faz, é outro. E nem me disponho a fornecer porque execro quem age assim. Considero a política como um simples meio de melhorar o país em que vivo. Nada mais.

Neste blog, só posso garantir defesa de uma coisa: da verdade. Não a minha verdade, porque não tenho nenhuma. Refiro-me àquilo que me parece ser verdade, o que significa que posso me enganar. Contudo, se defendo alguma coisa, meu leitor pode ter uma certeza: defendo porque julgo que é o certo.