O hotel do terror

Crônica

Eduardo Rózsa-Flores nasceu em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, em 1960. Seu pai foi um pintor húngaro descendente de judeus que deixou a Hungria em 1948, radicando-se primeiro em Paris e depois, em 1952, na Bolívia.

A família de Rózsa-Flores emigrou  para o Chile em 1972 para escapar do ditador Hugo Banzer  e, em 1973, emigrou para a Suécia fugindo da ditadura de Augusto Pinochet. Em 1974, a família se mudou para a Hungria.

Eduardo Rózsa-Flores freqüentou a escola secundária em Budapest. Após o serviço militar integrou a inteligência (KGB) na União Soviética.  Mais tarde, juntou-se ao serviço de inteligência húngaro.

No início da Guerra de Independência da Croácia, Rózsa-Flores, conhecido então como Jorge Eduardo Rózsa, trabalhou como correspondente para o jornal de Barcelona La Vanguardia e para a unidade espanhola da BBC World Service .

Chegou à Iugoslávia em junho de 1991. Enquanto informante durante a guerra civil, seu carro foi baleado. Depois disso, juntou-se à Guarda Nacional croata, em Osijek, como seu primeiro voluntário estrangeiro.

Durante os anos seguintes, participou de várias batalhas na Eslovênia, onde montou unidade do exército croata.  Mais tarde, serviu como comandante das forças especiais.  O presidente croata Franjo Tuđman lhe concedeu a cidadania croata por serviços prestados. Obteve a patente de coronel em 1993.

Relatos da imprensa o acusam pela morte a soldo de dois jornalistas estrangeiros também na Croácia, o suíço Christian Würtenberg e o britânico Paul Jenks.

Em 16 de abril de 2009, a polícia boliviana matou Rózsa-Flores durante operação no hotel em que estava hospedado em Santa Cruz de la Sierra com o húngaro Árpád Magyarosi e o irlandês Michael Dwyer. A finalidade era prender o grupo por supostamente ter sido contratado pela oposição boliviana para assassinar o presidente Evo Morales, mas houve reação.

Em minha recente viagem à Bolívia, durante a noite, no quarto de hotel, comecei a sentir angústia e dores no peito. No dia seguinte um cliente me levou ao médico, que me disse bem, mas recomendou que fizesse exames no coração.

Quando voltei ao hotel, no fim da tarde, comentei com um funcionário que passara mal. Mais tarde, encontrei esse funcionário na rua. Inicialmente, não o reconhecera. Ele se aproximou e me disse que precisava me contar uma coisa.

Não sou uma pessoa mística. Não me assusto com os mortos; tenho mais medo dos vivos. Todavia, o que ouvi do funcionário do hotel me enregelou os ossos. Estava hospedado no hotel e alojado no quarto em que o mercenário foi morto…