Agressão a estudantes da USP começou na 5a-feira

denúncia

Um vídeo em que o sargento da Polícia Militar André Luiz Ferreira saca sua arma e aponta contra estudante da USP enquanto o agride fisicamente por se recusar a se identificar provocou comoção na internet. Pouco depois de começar a circular em redes sociais como Twitter e Facebook, o material se espalhou por todos os grandes portais de internet.

No fim da tarde desta segunda-feira, o coronel Wellington Venezian, comandante do policiamento na Zona Oeste da capital, informou que o agressor permanecerá afastado de suas funções durante apuração do caso. Todavia, desde quinta-feira da semana passada agressões similares já vinham ocorrendo sob “motivos” análogos.

No último dia 5, a imprensa noticiou que “Um grupo de punks anarquistas e antifascistas” teria “invadido” um “prédio abandonado pela administração da Universidade de São Paulo”. O imóvel ocupado fica a menos de 100 metros da Reitoria e ao lado do Museu de Arte Contemporânea (MAC) e é conhecido como Centro de Vivência da USP.

Na tarde de sexta-feira (6), já tinha havido confusão entre estudantes e agentes da Guarda Universitária da USP. Estudantes dizem que ao menos dez alunos foram agredidos com socos e chutes. Segundo a PM, porém, ninguém ficou ferido ou foi preso.Questionada, a assessoria da USP disse não ter conhecimento de confusão nem de agressão.

Uma aluna da Escola de Comunicação e Artes (ECA), que prefere não se identificar, relatou que o reitor João Grandino Rodas esteve no prédio pouco antes de o tumulto ter início. Os alunos ficaram sabendo da presença do reitor e foram até o local para questioná-lo sobre o futuro do antigo Diretório Central dos Estudantes (DCE), fechado em 2006 para reformas.

Já nesta segunda-feira, em outro vídeo divulgado pelos estudantes, o policial agressor diz que não fez nada de errado. “Que agredi, o quê!. Você está me provocando? Vai fazer denúncia. Vai fazer denúncia”, afirmou. Uma jovem pediu para ver o nome e a patente do policial, mas ele se recusou: “Por que você quer ver meu nome? Não quero mostrar o meu nome.”

No segundo vídeo, o jovem agredido dá sua versão: “Eu estava ali, argumentando com o senhor tenente André e ele pediu para eu mostrar a carteirinha. Eu disse que não ia mostrar e quando mostrei a carteirinha, ele me soltou.”

Diana Assunção, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), diz que “Toda a mobilização contra a presença da PM na USP no ano passado se expressou hoje com um policial sacando uma arma. Talvez ele não tenha matado porque não estava na favela”, considerou.

Para a sindicalista, o policial foi racista devido a ter escolhido agredir o único negro no local. “Foi um ato de racismo. Começou a ser truculento com o rapaz achando que ele não era um aluno. Mesmo que não fosse, não poderia ocorrer dessa forma”, explicou.

Abaixo, os dois vídeos da agressão ocorrida nesta segunda-feira

Parte 1

Parte 2