Zé Dirceu, ao lado de amigos e familiares, manda um recado

Reportagem

 

Quando ouviu Joaquim Barbosa dizer que é um “privilégio” dos réus da Ação Penal 470 serem julgados pelo Supremo Tribunal Federal, José Dirceu sorriu discretamente. Foi uma das poucas vezes em que perdeu a concentração enquanto assistia pela TV à derradeira e decisiva sessão do julgamento do mensalão nesta semana.

Terça-feira, 5 de setembro de 2013, por volta de 14 horas, bairro de Vila Mariana, zona Sul de São Paulo. A convite do ex-ministro, cheguei ao prédio em que reside para, ao lado de outros de seus amigos e de todos os seus familiares acompanharmos a sessão do julgamento do mensalão em que acreditávamos que seu destino seria selado.

Os convidados esperaram por Dirceu no jardim ou no salão de festas de seu prédio durante quase uma hora. Ele estava em seu apartamento reunido em almoço com toda a sua família. Chegou abraçando os amigos e sorrindo com amabilidade, mas sem exageros. Era possível notar que estava tenso.

Os amigos de Dirceu se dividiam entre amuados, tensos e revoltados. O último grupo, sobretudo devido à imprensa de tocaia à porta do prédio, câmeras, gravadores e blocos de anotação em punho.

Eu mesmo, perguntei a um repórter de O Globo e a uma repórter do Estadão por que estavam ali e ouvi que foi porque souberam que as ex-mulheres de Dirceu estavam reunidas com ele. Respondi que a família inteira estava lá e quis saber por que uma reunião familiar e com amigos seria notícia. A resposta da menina do Estadão: “É que somos do PIG”.

Os repórteres insistiram em saber sobre o estado de espírito de Dirceu. Respondi o que ele me disse e o que constatei, que está “firme como uma rocha”. Os repórteres pareceram algo decepcionados…  Enfim, as matérias dos veículos para os quais dei rápida entrevista você pode ler aqui e aqui.

Sobre os convidados, estiveram no encontro com Dirceu personalidades como o escritor Fernando Morais, o cineasta Luiz Carlos Barreto (o Barretão), o presidente da CUT, Wagner Freitas, além de ex-companheiros de luta durante a ditadura militar como os jornalistas Artur Scavone, Rose Nogueira e muitos outros.

A melhor forma que encontrei para reproduzir para os leitores do Blog o sentimento de revolta de amigos e familiares de Dirceu por conta de sua provável – mas não certa – condenação em um julgamento cercado de tantas contradições e suspeitas, foi colher depoimentos em que tal sentimento ficou patente.

Ao fim, expliquei a Dirceu que meus leitores vêm pedindo informações sobre seu estado de espírito e, assim, gentilmente ele fez questão de gravar uma mensagem exclusiva para o Blog da Cidadania: “Estou firme e sereno”. Confira, abaixo, a cobertura que fiz do encontro dos amigos e familiares de José Dirceu.

 *