Entrevista de comandante do Exército dá asas a “intervenção militar”

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Apesar de chamar de “tresloucadas” as figuras bizarras que veem comunistas embaixo da cama e chegam a confundir com símbolos comunistas qualquer coisa que tenha a cor vermelha, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, em entrevista ao Estadão, dá (muita) razão a preocupações.

Diz o general que seria “zero” a chance de ocorrer a tal “intervenção militar” que grupelhos fascistoides almejam, mas, ao longo da entrevista, por várias vezes ele deixa claro que essa chance está longe de ser inexistente. Há chance, sim, e nem chega a ser tão pequena, pela lógica dele.

Segundo o Estadão, “Villas Bôas diz que há ‘chance zero’ de setores da ativa das Forças Armadas de se encantarem com a volta dos militares ao poder”, mas, em seguida, afirma que “Às vezes, basta um tresloucado desses tomar uma atitude insana para desencadear uma reação em cadeia”.

Uau! Leu essa frase? O que seria “desencadear uma reação em cadeia”? Para entender, basta ver o que Villas Boas diz sobre os militares da “reserva”, os tais “milicos de pijama”:

“(…) a reserva, sempre mais arisca, mais audaciosa, até o momento está bem, sob controle

Villas Boas disse “até o momento” quando poderia ter suprimido essa expressão…

O general disse ainda que se surpreendeu ao ver, pela televisão, que um grupo de pessoas havia invadido o plenário da Câmara pedindo a volta dos militares. “Eu olhei bem as gravações, mas não conheço nenhuma daquelas pessoas”, disse, contando que telefonou para o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) para se informar melhor e ouviu dele: “Eu não tenho nada a ver com isso”.

Será? Não é o que mostra vídeo em que um filho de Bolsonaro aparece abraçado a uma das manifestantes que invadiu o plenário e que, por coincidência, é a mesma que confundiu a bandeira do Japão com proposta de tornar vermelho o círculo da bandeira brasileira.

Os manifestantes que invadiram o plenário da Câmara com o apoio dos Bolsonaros pediram “general aqui”, ou seja, que os militares tomassem o Congresso.

E qual é a relação dos Bolsonaros com militares da ativa e da reserva? Quem explica é o próprio Estadão:

“(…) Bolsonaro, um capitão da reserva do Exército que migrou para a vida política e elegeu-se deputado federal, é uma espécie de ponta de lança da direita no Congresso e não apenas capitaneia a defesa de projetos caros às Forças Armadas, como tenta verbalizar suas dúvidas, angústias e posições (…)”

Ou seja: O patriarca dos Bolsonaros, segundo o jornal, é a voz das Forças Armadas no Congresso.
O apoio da família Bolsonaro ao golpe Militar torna preocupante a opinião do comandante do Exército, que o Estadão reproduz:

“(…) No que me diz respeito, o Bolsonaro tem um perfil parlamentar identificado com a defesa das Forças Armadas (…) Bolsonaro, a exemplo do (Donald) Trump, fala e se comporta contra essa exacerbação sem sentido do tal politicamente correto