Criador do termo “petralha” diz que Judiciário faz política contra Lula

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Reinaldo Azevedo é o criador do termo “petralha”, que um dicionário de menor expressão chegou a listar. Provavelmente ele é o maior responsável pelos sociopatas com espinhas na cara ou e idiotia aguda na cabeça que seguem o idiota-mor da nação, Jair Bolsonaro.

A distância que separa Azevedo do PT e de Lula é maior do que a que separa o Sol da estrela vizinha mais próxima, Nova Centauri. Isso não impede que ele estremeça ao ver a provocação que o establishment está fazendo ao povo ao planejar encarcerar o maior líder popular da história brasileira para impedir que seja eleito com um pé nas costas

Vale ler não só pela boa argumentação – pois de idiota esse homem não tem nada -, mas pela fina ironia que esse fato encerra.

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Condenação não abala prestígio eleitoral de Lula, evidencia Datafolha. Mas os tontos continuarão a trocar política por polícia

Publicada: 31/01/2018 – 8:13

Os idiotas de todos os matizes (de direita, de centro, de esquerda), de todos os trajes (esportivo, social, toga ou de adolescentóide meio velhusco, com retardo moral, a brincar de “nova política”…), de todas as profissões — e isso inclui o jornalismo — estão brincando com fogo, sim. E esse é um bom modo de se queimar. Notaram como Luiz Inácio Lula da Silva se tornou o redutor de todas as questões do país? Não se discute mais nada que não tenha como referência a figura de… Lula! É um espanto. Até a ministra Cármen Lúcia, num lance de primarismo que só pode ser explicado pela falta de vivência política, pelo provincianismo intelectual e pela arrogância derivada dessa perspectiva apequenada resolveu fazer digressões sobre a pauta do STF tendo, ora vejam, o petista como referência, não é mesmo?

E vem o Datafolha. Para surpresa de ninguém, ou só dos tontos, Lula — ele mesmo! — conserva o seu poder de fogo eleitoral. Não há brasileiro que não o conheça e que não saiba que “ozômi” lá mantiveram por unanimidade a sua condenação, que aumentaram a sua pena e que o querem em cana. Não obstante, seu potencial eleitoral segue praticamente o mesmo. Segundo pesquisa divulgada nesta quarta, se a eleição fosse hoje, ele teria entre 34% e 37% dos votos. Nos cenários em que o nome do ex-presidente é testado, Jair Bolsonaro continua em segundo, variando de 16% a 18%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

O suposto arranhão ao prestígio de Lula pode ser ficção. Seus índices, em simulações de segundo turno, variaram dentro da margem de erro. Comparem-se os dados desta pesquisa de agora com os relativos àquela divulgada no dia 4 de dezembro do ano passado. O petista vencia o tucano Geraldo Alckmin por 52% a 30% — agora, por 49% a 30%. Batia Marina Silva, da Rede, por 48% a 35%; desta feita, 47% a 32% — a diferença até pode ter aumentado, passando de 13 pontos para 15 pontos. Os 51% a 33% contra Bolsonaro seriam agora 49% a 32%. Na pesquisa publicada no começo de dezembro, a rejeição ao ex-presidente era de 39%; agora, é de 40%.

O que esperam que eu diga? Hoje, não é apenas o PT a fazer campanha eleitoral em favor do ex-presidente. Também há o juiz Sérgio Moro, os procuradores buliçosos da República, a direita xucra, o antipetismo asinino, o TRF-4, com sua votação concertada — com “c” — mal disfarçando que aquela unanimidade raramente se produziu em dezenas de outros julgamentos; a celeridade de um magistrado do STJ ao negar um habeas corpus. Não chegarei a dizer que o homem nem teve tempo de ler, é claro! Uma coisa me parece certa: não teve tempo de ponderar, ainda que fosse para negar.

É evidente que se trata de uma cascata autoritária, e ainda voltarei ao assunto, esse negócio de que eleição sem Lula é, por si, ilegítima porque, afinal, ele representaria a vontade de milhões de eleitores. Fosse por esse critério, a gente poria fim ao direito penal e reduziria tudo à Justiça eleitoral. Mas convenham: as mulheres e homens de Estado não estão ajudando, não é? Começa a parecer verossímil, embora seja falso, que tudo não passaria de uma trama para tirar Lula da eleição.

Não vejo como Lula possa disputar o pleito de 2018. A menos que a Justiça Eleitoral decidisse passar por cima da Lei da Ficha Limpa. E, ainda assim — o desdobramento é controverso —, entendo que restaria um último apelo ao STF. E creio que Lula perderia. Mas é claro que o PT o manterá candidato, como já afirmei aqui muitas vezes, até para que possa operar a transferência de votos.

Lula sofreu um pequeno abalo nesse quesito. Na pesquisa anterior, 48% diziam não votar de jeito nenhum num candidato que tivesse seu apoio. Agora, são 53%. Votariam com certeza em alguém indicado por ele 27% — na pesquisa divulgada em dezembro, eram 29%. Poderiam fazê-lo 17%; antes, 21%. Sérgio Moro exibe praticamente a mesma influência negativa e positiva: rejeitariam alguém com o apoio do juiz 50% dos entrevistados; seguiriam a sua orientação 25%, e poderiam fazê-lo 22%.

Para encerrar este post: apostaram que a condenação de Lula por Sérgio Moro poria a tampa no caixão. Não aconteceu. Depois se declarou que Lula estava morto e enterrado em razão das denúncias de Antonio Palocci. Não aconteceu. Desta vez, a corda teria sido puxada pelo TRF-4. Não aconteceu de novo! Agora, os tontos torcem para que venha a prisão…