Atrás de popularidade, Temer usará exército no país todo

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Quem viu na intervenção militar inexplicável no Rio ofensiva ditatorial de Temer  com vistas a impedir a eleição presidencial, não entendeu a iniciativa temerária. Temer  não tem poder para instalar uma ditadura. O que ele busca é salvar o próprio pescoço apelando a uma visão popular burra.

Ao lado do presidente do Senado, Eunício Oliveira, e do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou na noite de domingo 18 que o governo federal vai analisar eventuais demandas de outros Estados em relação à Segurança Pública.

Em pesquisa de  opinião recente feita sob encomenda para o Palácio do Planalto pelo Ibope, o governo detectou que é mal avaliado em todas as questões e que o cerne dessa insatisfação são as “reformas” destruidora de  direitos trabalhistas, que estão provocando rápido empobrecimento da população, com salários cada vez menores em empregos cada vez mais precários, sem falar na institucionalização dos “bicos”.

Sem ter como fazer nada para melhorar a situação financeira e social da população, Temer resolveu apelar para a burrice ou para o medo de uma população acuada por aumento da criminalidade que o empobrecimento do país, causado pela ascensão neoliberal, está provocando.

Temer pretende disputar a mesma faixa de burrice popular que  Jair Bolsonaro, o famigerado neo fascista carioca que arregimentou uma legião de energúmenos que acha que o problema da segurança pública será resolvido armando as famílias brasileiras para que saiam por aí dando tiro em supostos “bandidos”…

Ou seja: em negros pobres, os suspeitos de sempre.

A ideia de Temer é manter  influência  no próximo governo convertendo-se em um eleitor com certo peso neste ano. Assim, poderia esperar do próximo governo talvez até uma “anistia” para seus crimes, pelos quais começará a responder assim que deixar a Presidência, no primeiro dia de janeiro de 2019.

É uma aposta de risco. O uso das forças armadas para “tornar seguros” importantes centros urbanos tem tudo para não funcionar e, ainda, para gerar uma onda de abusos como a violência policial – ou, no caso, violência militar.

Não existe, mundo afora, um país sério ou alguma experiência séria na qual o uso de forças militares como se fossem polícia tenha conseguido reduzir a violência e a criminalidade. Fosse assim, incontáveis países teriam feito essa aposta imbecil.

Temer vive fora da realidade. Casou com uma pseudo “princesa da Disney” e se dá ares de estadista apesar de não passar de um velhaco que usa a montanha de dinheiro que ganhou na política para se  iludir e iludir aos arrivistas de plantão. De alguém assim, pode-se esperar loucuras como a de pôr militares para cuidarem da segurança pública.

Se esse plano prosperar, o país pode sofrer uma forte onda de violações de direitos humanos e violência policial assassina combinada com prisões arbitrárias e condições carcerárias medievais que vitimarão exclusivamente a população mais humilde, o que significa a população negra e parda das comunidades pobres.

Temer  é um perigo para os outros e para si mesmo. Se não colocarem um paradeiro em seus devaneios, estamos fritos. Que as autoridades ajam, sobretudo o STF. Lembrando que da Procuradoria Geral da República não se pode esperar nada, porque está no bolso do vampirão neoliberal.