Alckmin quer espalhar placas com marca do governo de SP

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A Folha de SP já começou a fazer campanha para o seu candidato antes da hora. Matéria desavergonhadamente partidária deixa escapar que Alckmin está cobrando que sua administração espalhe cartazes com a marca de seu governo por São Paulo.

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Folha de São Paulo

Alckmin anda por SP e cobra placas com a marca do governo em obras

Governador pede avisos anunciando inaugurações do Rodoanel e de metrô no Morumbi

19.mar.2018 às 2h00

EDIÇÃO IMPRESSA

Thais Bilenky

Quinze minutos depois de sua mulher, Lu, votar, chegou Geraldo Alckmin sozinho, antes de 10h deste domingo (18), ao salão de beleza que serviu de seção eleitoral do diretório zonal do Butantã do PSDB nas prévias estaduais.

Beijou as mulheres, apertou a mão dos homens, votou rápida e decididamente, mas se recusou a dizer em quem.

Dirigiu-se a uma mesa com bolo e salgados, tirou um copinho de plástico da pilha, serviu de café adocicado e ofereceu à repórter da Folha. Depois foi até Lu, já na saída do salão, com a garrafa térmica nas mãos. Despediu-se dela e, na volta, serviu-se. “O cafezeiro da casa sou eu.”

O governador Geraldo Alckmin vota na prévia para o governo do estado do PSDB em um salão de beleza do Butantã,  que serviu de diretório zonal do Butantã

Alckmin vota na prévia do PSDB em são de beleza que serviu de zona eleitoral no Butantã – Thais Bilenky/Folhapress

Depois de ouvir demandas e incentivos à sua campanha presidencial, entrou no carro com o motorista e um assessor rumo a Jaraguá para entregar chaves de um conjunto habitacional com o prefeito João Doria e o vice, Bruno Covas.

A Folha foi junto.

Em tom de voz baixo, já no bairro do Morumbi, ele prometeu inaugurar em julho a estação de metrô do estádio. E ainda em março as estações da Oscar Freire e de Moema.

“Eu moro nessa rua aqui”, apontou. “Há 20 anos.” A sensação de voltar para casa depois de sete anos no Palácio dos Bandeirantes “é sempre gostosa”, ele afirmou.

“Uma vez eu ouvi da [ex-prefeita, hoje no PSOL, Luiza] Erundina, perguntaram, se ela ganhasse na loteria, o que faria? A Erundina falou: eu trocaria meu apartamento por um maior. Quando eu ponho um livro, tenho que tirar outro”, contou, rindo.

“Também gosto de livro. Meu pai foi seminarista, uma pessoa de formação intelectual, sabia muita teologia, filosofia, sociologia, latim, grego. Depois se especializou em veterinária, biologia”, lembra.

 

O governador é interrompido pelo assessor, que tinha o secretário Clodoaldo Pelissioni, de Transportes Metropolitanos, na linha, a seu pedido. Ligou para cobrar a instalação de placas anunciando a inauguração da estação do metrô do Morumbi. Faria o mesmo no Rodoanel.

O governador conta que está lendo “Homo Sapiens” e “Homo Deus”, best-sellers de Yuval Noal Harari citados em inúmeros discursos pelo presidente Michel Temer.

“É interessante, mas não é a leitura de que mais gosto. Não leio muita [obra] política, gosto mais de teologia”, conta. Ele cita santo Agostinho e são Tomás de Aquino. Na literatura, vai de Monteiro Lobato (“li tudo”), Eça de Queiroz e Jorge Amado.

“É que a vida é corrida, mal leio jornal.” Abre o exemplar de domingo de O Estado de S.Paulo, passa pela coluna de José Roberto Mendonça de Barros, um de seus conselheiros na economia. “Brilhante.”

Abre a Folha. Lê no “Painel” que tucanos apelidaram um aplicativo do partido de “Talckmin”. “Tem coisa que a gente fica sabendo só pelo jornal”, diverte-se. Ao lado da coluna, ele ignora reportagem sobre Paulo Vieira de Souza, Paulo Preto, apontado como operador do PSDB.

Fecha o jornal e pega uma paçoca do console do carro, cheio de dadinhos e bananinhas. Oferece aos acompanhantes, que recusam.

“Povo chique”, debocha. Conta que, outro dia, foi tomar um café no aeroporto. Vira-se para o banco de trás do carro, aproxima o polegar do indicador e reclama: “Curtinho. Seis reais”.