Pesquisa mostrando Lula mais forte faz dólar disparar

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A 136a edição da pesquisa CNT mostrou os candidatos de direita estagnados e/ou fracos e uma “surpresa”: Lula se fortaleceu após prisão. Com isso, o mercado financeiro, de direita, teve um mini pânico, com o dólar subindo

Depois de subir até R$ 3,60 pressionado principalmente por fatores externos, o dólar voltou a reagir às turbulências políticas e terminou a segunda-feira (14) cotado a R$ 3,62, mesmo após o Banco Central ampliar a atuação no câmbio para suavizar a alta da moeda americana.

O dólar comercial subiu 0,77%, para R$ 3,628. É o maior nível desde 7 de abril de 2016, quando a moeda fechou a R$ 3,693.

O dólar à vista, que fecha mais cedo, avançou 1,17%, para R$ 3,635.

A Bolsa brasileira fechou praticamente estável, com leve alta de 0,01%, para 85.232 pontos. A alta foi amparada pelas ações da Petrobras, que se valorizaram em dia de aumento dos preços do petróleo e com o início da negociação dos papéis no Nível 2 da Bolsa.

No exterior, o dólar ganhou força ante 17 das 31 principais moedas do mundo.

Nesta segunda, a moeda americana reagiu ao resultado da pesquisa eleitoral CNT/MDA, que mostrou empate técnico entre os pré-candidatos Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT).

Marina aparece com 11,2% dos votos, enquanto Ciro surge com 9%, o que configura empate técnico. Na liderança está o pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL), com 18,3%. Os cenários não consideram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Quando Lula entra na disputa, ele aparece na primeira colocação, com 32,4% das intenções de voto.

“A alta do dólar mostra esse mal-estar e que o pleito tende a não ser tão simples ou favorável a candidatos pró-mercado”, avalia André Perfeito, economista-chefe da economista-chefe da Spinelli Corretora. “As possibilidades de candidatos que levem reformas à frente irem para o segundo turno não são fortes.”

Em entrevista, Ciro afirmou que entre suas prioridades estão a apresentação de um desenho de reformas. Ele disse que pretende, nos primeiros seis meses de mandato, realizar uma reforma conjunta fiscal e previdenciária. E que, caso ela não prospere junto ao Congresso Nacional, irá propor um plebiscito ou um referendo.

A alta ocorre mesmo após o Banco Central anunciar, na sexta-feira, que ampliaria a atuação no câmbio para suavizar os movimentos da moeda americana.

Agora, o BC vai rolar 50,7 mil contratos que vencem em junho e fará um leilão duas horas antes para oferecer 5.000 novos contratos com vencimento em julho. O BC também diminuiu de de 8.900 para 4.225 o volume oferecido no leilão para rolagem dos contratos que vencem em junho.

Nesta sessão, o BC vendeu integralmente a oferta de até 5.000 contratos novos de swaps. E também 4.225 para rolagem dos de junho. Até agora, já rolou US$ 3,326 bilhões dos US$ 5,650 bilhões que vencem em junho.

Por outro lado, não indicou até quando vão durar as intervenções adicionais à rolagem de contratos de swap. “O swap serve para suavizar a alta, para dar uma saída para empresário”, diz Perfeito. Ele vê espaço para que o dólar suba até R$ 3,80. “O governo não tem mais boa notícia para dar, o que limita o espaço para queda do dólar.”

O Boletim Focus divulgado nesta segunda mostrou que os analistas e casas ouvidos pelo Banco Central reduziram de 2,7% para 2,51% a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.

O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) subiu 0,33%, para 185,5 pontos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados subiram. O DI para julho deste ano avançou de 6,220% para 6,232%. O DI para janeiro de 2019 avançou de 6,315% para 6,360%.