Crise faz violência e criminalidade explodir no país

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A crise econômica e as reformas empobrecedoras de Temer estão produzindo o efeito esperado. O Brasil mergulha na violência e na criminalidade diante do rápido empobrecimento da população oriundo sobretudo das políticas públicas neoliberais.

O número de homicídios de jovens de 15 a 29 anos no Brasil cresceu 23% de 2006 a 2016, quando atingiu o pico da série histórica, com 33.590 vítimas nesta faixa etária. No caso mais extremo, do Rio Grande do Norte, a quantidade de jovens mortos avançou 382% no período. Em outros oito estados, o incremento foi de mais de 100%.

Com isso, em 11 anos, o Brasil enterrou 324.967 jovens assassinados —quase sete vezes o número de soldados americanos mortos em ação (47.434) em 20 anos da Guerra do Vietnã (1955-1975).

Os dados constam do Atlas da Violência 2018, publicação do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O relatório aponta que o país bateu novo recorde de homicídios, com 62.517 mortes em 2016, o que se traduz em taxa também recorde de 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes —30 vezes a taxa de homicídios da Europa.

Já a taxa de homicídios de pessoas de 15 a 29 anos (65,5 mortos por 100 mil habitantes) é o dobro da média nacional e mais de seis vezes a taxa global de homicídios de jovens (10,4), segundo a Organização Mundial da Saúde.

Em Belém do Pará e na região metropolitana neste ano há, em média, seis mortes violentas por dia, contando homicídios, latrocínios (roubos seguidos de morte) e suspeitos mortos pela polícia. No ano passado, a média estava em 5,6 mortes.

Os motivos para tanto sangue? Segundo as investigações, o estado enfrenta uma disputa entre facções por Belém, além da atuação de grupos de extermínio e de milícias ligadas a policiais.

Os próprios agentes de segurança, que tentam combater o crime durante o serviço, ficam vulneráveis e se tornam alvos na folga. No meio disso, está a população.

Nos últimos três dias, ao menos 51 ônibus foram incendiados em 26 cidades do estado de Minas Gerais, informou a Polícia Militar nesta terça-feira (5). Um total de 47 suspeitos foram presos, incluindo menores.

Os primeiros ataques começaram no domingo (3) e, até agora, não há nenhum registro de pessoas feridas. Além dos coletivos, delegacias, agências bancárias, agência dos correios e veículos de agentes penitenciários foram atacados pelos criminosos.

O governador Fernando Pimentel (PT) afirmou se tratar de uma ação de facção criminosa, mas não mencionou especificamente o PCC (Primeiro Comando da Capital). “A essa altura está caracterizado que foi mesmo autoria de uma facção criminosa, de uma organização criminosa que atua no Brasil inteiro e que, neste momento, concentrou sua atuação em Minas Gerais”, disse.