Sem votos, Alckmin se gaba de alianças com corruptos

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Após conseguir o apoio dos partidos do chamado centrão (PR, PRB, PP, DEM e Solidariedade), o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que as críticas a sua aliança vêm daqueles que tentaram a coligação, mas não conseguiram.

“Os que criticam, até o último segundo do segundo tempo, estavam lutando para conseguir aliança e não conseguiram”, disse Alckmin, repetindo a fala do candidato ao governo de São Paulo, João Doria (PSDB), que afirmou o mesmo em convenção tucana no sábado (28).

Alckmin disse ver a aliança com esperança no futuro e uma demonstração de confiança, já que ele aparece em quarto nas pesquisas. “Apoiar quem está em primeiro lugar é fácil, mas apoiar quem está até agora em quarto lugar, é o mínimo de confiança e de convicção de que nós temos que trilhar o caminho da competitividade para o Brasil voltar a crescer”, afirmou.

Com a coligação formada, o desafio de Alckmin passou a ser encontrar um vice, desde a recusa do empresário Josué Alencar (PR). O tucano afirmou que um nome será definido até sábado (4) e que não será paulista e nem do PSDB.

Ainda falando de coligações, Alckmin afirmou respeitar a decisão do DEM de liberar os candidatos nos estados a não seguirem o apoio ao PSDB no plano nacional. Em Minas, por exemplo, Rodrigo Pacheco (DEM) diz manter a candidatura ao governo, enfrentando o candidato tucano, Antonio Anastasia.

“Se puder reproduzir aliança nacional nos estados, ótimo, se não puder, não tem problema, nós respeitamos a singularidade de cada estado”, disse Alckmin. Anastasia afirmou que há conversas com o DEM, mas que cabe a Pacheco decidir sobre uma aliança com o PSDB.

Falando a uma plateia de dirigentes de entidades empresariais de Minas Gerais, em Belo Horizonte, Alckmin afirmou que irá priorizar o estado. “Vou suar a camisa para ser presidente e fazer uma grande parceria, fazer Justiça a Minas e investir em Minas.”

O presidenciável, porém, faltou à convenção que lançou Anastasia candidato a governador no último sábado, na capital mineira. Alckmin esteve com Roberto Jefferson, dirigente do PTB, na convenção da sigla. “Sou pré-candidato a presidente da República, tenho que priorizar as convenções nacionais. […] E o PTB foi o primeiro partido, em abril, a anunciar apoio a nós”, justificou.

Alckmin e Anastasia foram questionados por jornalistas sobre a ausência do senador Aécio Neves (PSDB-MG) nos eventos do partido no estado e até mesmo na convenção estadual. Os tucanos evitaram responder, afirmando que o senador irá tomar a decisão pessoal de concorrer ou não e a qual cargo.

A figura de Aécio, ex-governador de Minas e candidato a presidente em 2014, passou a ser evitada desde que a delação da JBS o tornou réu acusado de corrupção e obstrução de Justiça. Em nota, a assessoria do senador afirmou que ele anunciará nesta semana como participará das eleições. Aliados descartam que ele se candidate a senador, sendo uma vaga na Câmara a opção mais provável.

REFORMAS

Em sua palestra aos empresários, Alckmin afirmou que sua equipe econômica trabalha para, caso eleito, apresentar uma série de reformas ainda em janeiro.

“O lado positivo do presidencialismo é a força do voto, que vamos usar nos primeiros seis meses para aprovar reformas micro e macro”, disse.

Entre as reformas, mencionou a reforma política contra o corporativismo, a reforma Previdenciária para diminuir a diferença entre servidores públicos e privados, a reforma tributária contra injustiça social e a reforma do estado para desestatizar.

Alckmin criticou a greve dos caminhoneiros e bateu na tecla de enfrentar o corporativismo, defendendo corte de gastos.

O presidenciável também pregou o modelo das PPPs, a participação da iniciativa privada, para garantir investimentos e arrecadação ao avaliar que o país atravessa grave crise fiscal e perdeu competitividade.

Ainda em sua palestra, Alckmin afirmou que o lado ruim do presidencialismo são as campanhas de baixo nível. “No presidencialismo, a campanha é de baixo nível. É só baixaria. Aliás no mundo inteiro, veja a campanha americana. O Trump e e a Hillary Clinton era uma discussão de alcova.”

Com informações da Folha de S. Paulo.