Bancários resistem à nova CLT e se tornam referência para categorias

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Campanha salarial dos bancários de SP neste ano trouxe avanços em vários itens alterados pela Reforma Trabalhista, como a manutenção de direitos para os trabalhadores hipersuficientes.

Após dez rodadas de negociação com os bancos, os trabalhadores avançaram em importantes clausulas na mesa de negociação e se tornaram referência nos acordos trabalhistas. Em assembleia lotada nesta quarta-feira (29), a categoria aprovou a nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), com validade até 2020.

Em uma negociação histórica, a Campanha Nacional Unificada deste ano avançou em diversas cláusulas da categoria, como a manutenção de todos os direitos da CCT ao hipersuficiente (quem ganha duas vezes o teto do INSS); e aumento real durante dois anos, com reajuste de 5% (aumento real de 1,18% sobre uma inflação do INPC projetada em 3,78%) para salários e demais verbas, e garantia de manutenção de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) válida para todos os empregados de bancos públicos e privados em todo o Brasil.

Com a aprovação, a categoria terá aumento real acumulado entre 2004 e 2019 de 23,5% nos salários e 44,7% no piso.

Os bancários são uma das únicas categorias com uma CCT nacional, na qual fazem parte cerca de 160 bancos, em uma negociação com uma mesa única representando 480 mil bancários no país, de bancos públicos e privados.

“Os bancários já são uma referência de conquista de direitos para todos os trabalhadores. Somos uma das únicas categorias com uma Convenção Coletiva nacional e nossa mobilização avançou esse ano. Fizemos dez rodadas de negociação com os bancos e, no começo da Campanha Nacional, queriam retirar direitos e a nossa mobilização fez com que recuassem.

Em um ambiente de alta incerteza política e econômica, a categoria garantiu ganho real nos próximos dois anos e a manutenção dos direitos da CCT ao hipersuficiente, criado na nova lei trabalhista, que não estariam resguardados pelo acordo coletivo da categoria”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Em uma das mais difíceis campanhas dos últimos anos, conquistamos e avançamos em nossos direitos. A mobilização dos trabalhadores fez com que os banqueiros recuassem”.