Economista de Bolsonaro quer que patrões não paguem INSS a funcionários

Todos os posts, Últimas notícias

O economista Paulo Guedes, que comandará o Ministério da Fazenda caso Jair Bolsonaro (PSL-RJ) seja eleito, anunciou na terça (18), para uma plateia restrita, o pacote tributário que pretende implementar no governo.

Guedes quer recriar um imposto nos moldes da CPMF, que incide sobre movimentação financeira, pretende criar uma alíquota única do IR (Imposto de Renda) de 20% para pessoas físicas e jurídicas —e aplicar a mesma taxa na tributação da distribuição de lucros e dividendos.

Por outro lado, estuda eliminar a contribuição patronal para a previdência, que incide sobre a folha de salário —que tem a mesma alíquota, de 20%.

As revelações foram feitas a um grupo reunido pela GPS Investimentos, especialista em gestão de grandes fortunas. O publicitário Roberto Justus era um dos convidados.

Guedes afirmou que está sendo auxiliado pelo economista Marcos Cintra —foi ele que o convenceu, por exemplo, a criar um imposto nos moldes da CPMF.

Cintra confirma o teor das propostas e diz estar finalizando o projeto de reforma tributária. O novo imposto sobre movimentações financeiras se chamaria CP (Contribuição Previdenciária) e seria destinado a financiar o INSS.

Segundo ele, a equipe defende o modelo de capitalização para a Previdência. O atual, no entanto, seguiria existindo paralelamente. Para garantir a sua solvência, seria criada a contribuição.

Na conversa na GPS, Guedes contou que Dilma Rousseff o convidou para ser ministro da Fazenda em 2015. Ele não aceitou.

Guedes afirmou ainda que sempre foi bem tratado pela imprensa. Mas foi só anunciar apoio a Bolsonaro que as coisas mudaram. Disse que recebeu telefonema até de João Roberto Marinho, do Grupo Globo, com ressalvas à sua opção.

O telefonema, segundo interlocutores de Marinho, nunca existiu —nem, muito menos, qualquer crítica.