Lula infla Haddad e facada não ajuda Bolsonaro

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Os banqueiros seguem fazendo pesquisas sobre a eleição presidencial. Pesquisa encomendada pela XP investimentos ao instituto Ipespe foi a campo entre 3 e 5 de setembro, antes do atentado a Bolsonaro. Haddad cresce rapidamente e Bolsonaro está estagnado, mas sua rejeição explodiu e ele pouco deve ganhar com o atentado oriundo de sua pregação odiosa.

Segundo a pesquisa, Bolsonaro lidera mas sua rejeição aumentou muito, para 62%. E 4 candidatos aparecem empatados tecnicamente, segundo a pesquisa XP/Ipespe.

A exatamente 1 mês do primeiro turno, Bolsonaro mantém nível de apoio que vinha apresentando há meses. A campanha na TV não lhe deu nem tirou votos.

O mesmo não acontece com Fernando Haddad. É o único que cresceu fortemente.  Agora está tecnicamente empatado com Ciro Gomes, Marina Silva e Geraldo Alckmin.

Porém, a pesquisa mostra como Haddad vem crescendo com e sem o “selo de garantia” de Lula. O instituto Ipespe faz duas simulações, uma informando aos pesquisados que Haddad é o candidato de Lula e outra sem essa informação. Nos dois casos, Haddad cresce.

No cenário em que Haddad aparece sem ser identificado como “candidato de Lula, e sem nem mesmo ser candidato declarado, ele cresceu de 2% para 8% em cerca de 30 dias

No cenário em que Haddad aparece como “candidato de Lula”, ele chega a 14% e fica em segundo lugar, numericamente, atrás, apenas, de Bolsonaro

Bolsonaro, porém, em todas as simulações aparece com as mesmas intenções de voto desde junho. Na verdade, nas últimas semanas ele teve uma queda de 22% para 20%. Enquanto isso, sua rejeição chega a 62%.

A estagnação de Bolsonaro nas pesquisas e a subida consistente de Fernando Haddad parecem motivo para as teorias da conspiração de que o candidato nazifascista dos militares tenha forjado um atentado para se vitimizar e ganhar votos, como fez José Serra em 2010 com uma bolinha de papel atirada em sua cabeça. Porém, tudo não passa de teoria da conspiração.

O vídeo do momento em que Bolsonaro é atingido mostra bem que algo muito sério aconteceu. Além disso, hospitais de  enome não coonestariam uma farsa dessa magnitude.

Mas é claro que a campanha de Bolsonaro e, sobretudo, sua família já sonham com a possibilidade de o atentado cometido por um desequilibrado mental lhe render dividendos políticos. Um de seus filhos já alardeia que, agora, ele vencerá no primeiro turno.

A realidade, porém, é muito diferente. Há poucos dias, Bolsonaro pregou que “petralhas” fossem “fuzilados”.

Diante de outros atentados contra políticos, Bolsonaro fez chacota ou até tentou culpar as vítimas pelo ataque, como no caso do ônibus de Lula durante caravana no Paraná, quando o deputado fluminense acusou as vítimas de simularem o atentado.

— ataques a lula

Ainda assim, para quem pensa que Bolsonaro já se elegeu presidente por ter sido vítima da intolerância que prega, vale dar uma olhada em pesquisa da FGV feita no Twitter e que mostra que a maioria diz que o fascista forjou o atentado ou que teve o que mereceu.

Ataque com faca a Bolsonaro provocou mais de 1,4 milhão de menções no Twitter em 4 horas. No gráfico a seguir, feito pela Fundação Getúlio Vargas, você vai ver o que prevaleceu sobre o episódio naquela rede social.

O Grupo laranja, o maior grupo, com 43,4% dos perfis engajados no debate, questiona a veracidade do ataque a Bolsonaro, ou seja, diz que ele forjou o ataque.

O Grupo azul, com 17% dos perfis em interação, demonstra solidariedade e apoio a Bolsonaro e culpa a esquerda pelo atentado.

O Grupo verde, com 11,8% dos perfis, não apoia nem rejeita Bolsonaro – apenas demonstra extrema preocupação com a atual conjuntura política do país.

O Grupo rosa agregou 9,1% dos perfis. Predominam críticas à falta de posicionamento de Bolsonaro sobre o assassinato de Marielle Franco e à acusação dele a Lula por supostamente ter forjado o atentado a bala que sofreu no início do ano.

Grupo azul claro foi menos representativo (5,5%). Nesse grupo prevalece solidariedade a Bolsonaro a despeito de essas pessoas dizerem que não gostam do candidato

Ou seja: de acordo com esse estudo, feito na internet, onde Bolsonaro é mais forte que qualquer outro candidato, só 11,8% o apoiam explicitamente, o que sugere que ele pouco deverá ganhar em termos  de apoio por ter sido alvo de um ódio que ele mesmo vinha pregando.

Confira a reportagem em vídeo