Na TV, PT deu um “olé” no TSE

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Jornal antipetista diz que o TSE fez um “gol legítimo” ao barrar o registro da candidatura de Lula, mas reconhece que, na TV, o tribunal tomou um “olé capaz de fazer qualquer bom zagueiro cair sentado no chão”.

Confira a matéria chorosa da Folha de S. Paulo:

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TSE fez gol legítimo ao cassar Lula, mas levou olé na propaganda de TV

Ministros discutiram por trás das cortinas recuo que levou PT a driblar tribunal

 

O TSE fez um gol legítimo ao barrar o registro da candidatura de Lula, inelegível pela Lei da Ficha Limpa, e tomou nas horas seguintes um olé capaz de fazer qualquer bom zagueiro cair sentado no chão.

Passava de 1h de sábado (1º) quando os ministros decidiram sair de cena para discutir, longe do público, possível reviravolta de uma posição tomada pela maioria minutos antes.

Nada surpreende em Brasília nos dias de hoje, mas não deixa de ser inusitado que integrantes de tribunal superior interrompam julgamento transmitido a todo o país para trocar figurinha por trás das cortinas.

Não se sabe exatamente o que conversaram a portas fechadas. Apenas anunciaram, por meio da presidente, Rosa Weber, um recuo de uma decisão apoiada anteriormente por cinco dos sete ministros da corte eleitoral.

Era começo da madrugada e o TSE já havia votado por proibir a coligação do PT de participar da propaganda em rádio e TV até a substituição de Lula dentro do prazo de dez dias.

Um apelo final da defesa do petista levou os ministros a uma mudança relevante, dando ao PT a possibilidade de usar o espaço desde que não apresente o ex-presidente — preso em Curitiba — como candidato.

A sigla iniciou o programa eleitoral de sábado na TV desafiando o próprio tribunal ao classificar de “golpe” a cassação do registro pelo expressivo placar de 6 votos a 1.

Em seguida, anunciou que fará de tudo para Lula ser o postulante à Presidência. Depois, surgiu na tela uma narração de Haddad, o vice e plano B, em defesa do ex-presidente. “Vamos com Lula até o fim”, afirma.

Lula apareceu falando de seus feitos como chefe da República. “É o Lula, é o Haddad, é o povo”, disse trecho do jingle que fecha o vídeo. A mensagem que fica é a de Lula candidato.

Não poderia haver melhor cenário para o PT diante de esperada derrota: com o ex-presidente legalmente fora, aproveitar o tempo de TV para começar a vinculá-lo a Haddad.

Adversários entraram com ações contra o programa. Que o TSE agora embale o Mateus que pariu.

Leandro Colon

Diretor da Sucursal de Brasília, foi correspondente em Londres.