A onda de ódio causada pelo discurso de Bolsonaro

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Nas ruas do Rio, vê-se cada vez menos gente com adesivos contendo mensagens políticas e eleitorais colados em roupas, bolsas e mochilas. Os adesivos sumiram por causa do medo sentido por quem os exibia até a votação do primeiro turno. Medo da violência contra quem pensa diferente. Além do medo político e do medo existencial, alastra-se o medo físico.

Não é paranoia dos que se recolheram à discrição. A onda de violência não aguardou, para rebentar, o sol da manhã seguinte ao tsunami eleitoral bolsonarista. Na madrugada de 8 de outubro, o mestre capoeirista, compositor, fundador do Afoxé Badauê e militante negro Moa do Katendê foi morto a sangue frio em Salvador. O barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana desferiu-lhe 12 facadas. Moa tinha 63 anos. Paulo Sérgio tem 36.

Num bar, o autor de “Baudauê”, música gravada por Caetano Veloso no disco “Cinema Transcendental”, reivindicara seu voto em Fernando Haddad. Eleitor de Jair Bolsonaro, o barbeiro bateu boca, saiu, buscou a faca e atraiçoou Moa pelas costas. Enterraram o capoeirista ao som de berimbaus. No Pelourinho, centenas de vozes entoaram o “Canto das três raças” em sua memória.

No Recife, surraram a funcionária pública Paula Guerra na noite do domingo da eleição, depois de ela criticar ideias de Bolsonaro. Seu rosto ficou desfigurado, o corpo cobriu-se de escoriações, e diagnosticou-se fratura do osso em um braço. Paula estava com um adesivo de Ciro Gomes.

Para ler a matéria completa, acesse: https://theintercept.com/2018/10/16/bolsonarista-noite-dos-cristais/

Do The Intercept.