Alarde na investigação de frigoríficos ainda prejudica exportação de carne

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Enquanto as operações da Polícia Federal no setor de carnes, ocorridas no ano passado e neste, voltam à tona, os efeitos delas nas exportações são evidentes.

Principal fornecedor de carne de frango para a União Europeia até o ano passado, o Brasil sai da liderança e tem forte recuo nas vendas para o bloco europeu em 2018.

Os dados mais recentes divulgados pela União Europeia, referentes a janeiro-agosto, indicam que a participação brasileira recuou para 35% do volume importado pelos europeus. No mesmo período de 2017, era de 51%.

Os pagamentos de propinas a fiscais do Ministério da Agricultura, afrouxamento nas inspeções sanitárias e a utilização de insumos inadequados na preparação de ração, problemas apontados pela Polícia Federal nas operações, colocaram em xeque a carne brasileira em vários mercados.

O descredenciamento de frigoríficos para exportar para a Europa, tanto pelo Ministério da Agricultura como pela própria União Europeia, diminuiu o potencial de venda do país.

Nos oito primeiros meses do ano passado, o Brasil tinha exportado 282 mil toneladas de carne de frango para os europeus. No mesmo período, a Tailândia, segundo maior fornecedor para o bloco, havia colocado 181 mil toneladas.

Neste ano, os tailandeses aumentaram as exportações para 204 mil, enquanto os brasileiros perderam espaço e colocaram apenas 186 mil toneladas naquele mercado.

A desaceleração das vendas brasileiras abriu espaço para outros países da América do Sul. Os chilenos, embora tenham uma capacidade limitada de vendas, aumentaram em 92% as exportações para a União Europeia neste ano, em relação ao anterior.

No mesmo período, os argentinos colocaram 24% mais carne de frango nos países do bloco. As exportações chilenas, até agosto, subiram para 29 mil toneladas, enquanto as argentinas foram a 5.300.

A recuperação do espaço perdido pelo Brasil não vai ser fácil. Além dos fornecedores sul-americanos, os países participante do bloco elevaram as compras de outros do continente europeu, como a Ucrânia: mais 70% neste ano.

Da FSP