Candidatos golpistas à Presidência gastaram milhões à toa

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O emedebista Henrique Meirelles concluiu sua participação na eleição com a campanha presidencial mais cara até agora, com R$ 54 milhões bancados de seu próprio bolso no pleito. Com 1,2% dos votos válidos, ele gastou o equivalente a R$ 42 por voto obtido e ficou em um distante sétimo lugar na disputa.

Quarto colocado na eleição, com 4,8% dos votos válidos, o tucano Geraldo Alckmin está logo atrás em arrecadação, com R$ 53,6 milhões obtidos, 99% vindos de seu partido.

Parte desse dinheiro, R$ 15,5 milhões, Alckmin repassou a candidatos aliados pelo país. Ele gastou ainda R$ 2 milhões com táxi aéreo e R$ 750 mil com impulsionamento de publicações em redes sociais.
Os valores ainda podem aumentar com o envio de mais informações à Justiça Eleitoral sobre contas de campanha pelos partidos.

O emedebista e o tucano foram os que mais se aproximaram do limite de gastos fixado pela Justiça Eleitoral, de R$ 70 milhões. O valor aplicado por Meirelles equivale a 14% de todo o seu patrimônio. Ele gastou quase metade do arrecadado com a produção do horário eleitoral, no qual tinha o terceiro maior espaço.

Neste ano, fatores como a influência das redes sociais e a campanha mais curta podem ter embaralhado a tradicional correlação entre candidaturas com orçamento elevado e sucesso nas urnas.

A campanha presidencial mais barata foi a de Cabo Daciolo, do partido Patriota, com apenas R$ 10 mil declarados até agora, pagos somente por apoiadores. Ele acabou na sexta posição, com menos de R$ 0,01 despendido para cada voto conquistado.

Líder na votação do primeiro turno, Jair Bolsonaro (PSL) fez uma campanha de poucos recursos se comparada com o histórico de gastos dos primeiros colocados em eleições presidenciais. Ele arrecadou R$ 1,93 milhão, sendo 81% via financiamento coletivo e 17% por meio de verba partidária.

Com escasso tempo de TV e sem fazer campanha de rua por ter sido esfaqueado, Bolsonaro contou com forte apoio espontâneo pelo país .

Além de ser catapultado pela mobilização via redes sociais, seus apoiadores já vinham há meses divulgando sua candidatura, gerando até, por exemplo, questionamentos na Justiça Eleitoral contra propaganda antecipada feita por meio de outdoors.

Seu adversário na segunda etapa da eleição, o petista Fernando Haddad, arrecadou até agora R$ 28,9 milhões –a maior parte paga pelo PT. O partido, porém, já havia repassado outros R$ 20 milhões em agosto para a candidatura do ex-presidente Lula, inicialmente lançado na disputa, mas barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral. A chapa petista também repassou recursos da candidatura para aliados.
O balanço da arrecadação das candidaturas a presidente também sugere uma dificuldade generalizada de emplacar o financiamento por meio de “vaquinhas” ou de doações de pessoas físicas.

Essa modalidade de contribuição era uma aposta para compensar o fim das doações empresariais a candidatos, decidida pelo Supremo Tribunal Federal em 2015.

Até partidos com histórico de mobilização da militância, como o PSOL, conseguiram arrecadar proporcionalmente pouco dessa nova maneira.

O candidato do partido, Guilherme Boulos, levantou para a campanha R$ 6 milhões, sendo 99% via verba partidária.

O Congresso instituiu em 2017 um fundo público de R$ 1,7 bilhão para financiar a campanha eleitoral neste ano.

O partido Novo foi um dos que se saíram melhor com contribuição de apoiadores na sucessão presidencial. O financiamento coletivo correspondeu a 14% dos R$ 3,9 milhões levantados pela candidatura de João Amoêdo até agora.

Alvaro Dias, do Podemos, foi quem teve o maior “investidor” individual na disputa. Oriovisto Guimarães, que foi eleito senador pelo partido no Paraná, deu R$ 1,75 milhão para a candidatura presidencial de Dias, o equivalente a 33% do arrecadado.

Da FSP.