Esquerda precisa se fortalecer na internet

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Um dos problemas da esquerda brasileira – quiçá da esquerda mundial – é a absoluta incapacidade em lidar com as suas próprias contradições, falhas e debilidades. É a velha mania esquerdista de achar que está abafando quando fala para si mesma e é aplaudida.

A esquerda desistiu, há muito, de falar para o grande público porque este não entende, perfeitamente e/ou em maioria, conceitos civilizatórios como direitos humanos, direitos das minorias, igualdade, fraternidade, considerados conceitos de “fracos” por uma sociedade que exalta valentões “bem-sucedidos”, ou seja, ricos.

Assim, o discurso da esquerda acaba parecendo “pomposo” para o grande público. E o jornalismo de esquerda – que não deveria existir, como o de direita – não ajuda porque usa e abusa da linguagem rebuscada (sofisticada, ou, no popular: besta) que o cidadão comum tem dificuldade para entender.

Também o discurso sobre temas candentes como aborto, homossexualidade, drogas é colocado pela esquerda sem cuidado com os melindres de um povo essencialmente conservador nos costumes, o que mantém a esquerda com grande desvantagem diante da direita.

Não seria melhor chegar ao poder primeiro e, depois, empreender campanhas de esclarecimento em vez de defender o aborto em plena campanha eleitoral?

Mas há, também, a questão de classe. Como há mais gente de classe média e alta na direita, a direita tem mais acesso a novas tecnologias digitais que ajudam a impulsionar sua presença na internet.

Tudo somado, a esquerda precisa começar a pensar em como enfrentar essa máquina digital da EXTREMA-DIREITA (!!!) ou, nos próximos anos, o Brasil vai ver nascer uma dinastia reacionária que pode se perpetuar no poder por décadas, sem reação inteligente da esquerda.

O escândalo do Whats App mostra como dinheiro e tecnologias podem conduzir a população como gado. A candidatura Bolsonaro estava paralisada, empacada, não deslanchava e, de repente, ele virou o jogo em HORAS usando notícias falsas chegando aos celulares de dezenas de milhões de eleitores.

Ou a esquerda discute a si mesma e suas estratégias ou vai ficar cada vez mais difícil vencer eleições. Ao menos até que o ensino superior pare de produzir gente preconceituosa, arrogante e com o conteúdo de um pneu cheio.