Sabendo da derrota, Bolsonaro insiste em deslegitimar as urnas

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O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira (3) que respeita o resultado da eleição, mas desconfia da “lisura” do processo porque, segundo ele, não é possível fazer uma auditoria.

Na semana passada, Bolsonaro havia dito que não aceitará o resultadose ele não for o eleito.

Depois, em entrevista ao jornal “O Globo”, disse que quis dizer que não telefonará para Fernando Haddad se for derrotado pelo candidato do PT.

“Eu desconfio da lisura porque não há uma maneira de você fazer uma auditoria. Vou respeitar o que acontecer por ocasião das eleições, eu não vou é ligar para o Haddad caso ele venha a vencer. Se bem que eu não acredito nisso, está faltando pouco, muito pouco, para nós ganharmos essas eleições no primeiro turno”, afirmou Bolsonaro nesta quarta.

Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira mostra o seguinte resultado de intenção de voto no primeiro turno: Jair Bolsonaro (PSL), 32%; Fernando Haddad (PT), 23%; Ciro Gomes (PDT), 10%; Geraldo Alckmin (PSDB), 7%; Marina Silva (Rede), 4%.

Para o candidato, o debate está “polarizado” e, por isso, pediu às pessoas que “pratiquem o voto útil” e votem nele. “Nós devemos resolver essa fatura no primeiro turno para não termos desgaste no segundo turno”, completou.

No mês passado, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, afirmou que críticas à urna eletrônica são “desconectadas da realidade”.

Também no mês passado, o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), contestou críticas às urnas, acrescentando que Bolsonaro “sempre foi eleito” por meio desse equipamento.

Na última sexta, mesmo dia em que Bolsonaro deu a declaração sobre não respeitar o resultado da eleição, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, divulgou uma nota defendendo que todas as forças políticas assumam o compromisso de respeitar o resultado.

“Todas as forças políticas envolvidas no processo eleitoral precisam assumir, desde já, o compromisso de aceitar o resultado das urnas e de trabalhar em favor do Brasil depois do pleito, seja atuando como situação ou como oposição”, afirmou Lamachia.

Nesta quarta-feira, Bolsonaro desistiu de participar do debate da TV Globo, marcado para esta quinta (4), por recomendação médica.

Em 6 de setembro, ele levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) e, no último sábado (29), recebeu alta.

Ainda na transmissão desta quarta-feira, no Facebook, Bolsonaro falou sobre o caso de um homem que, preso em 2010 por estupro, foi solto nesta semana após uma audiência de custódia e passou a ser o principal suspeito de matar a filha.