Bolsonaro está em caso de corrupção reaberto no STF

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Está passando batido que o STF reabriu, dia 20, o inquérito de Furnas, processo que envolve Aécio Neves e no qual Jair Bolsonaro aparece como um dos beneficiários de dinheiro sujo naquele esquema de corrupção. Esse é apenas um de vários casos nebulosos que envolvem o novo presidente da República, mas, com certeza, é um dos mais graves.

O escândalo da Lista de Furnas é um dos segredos mais bem guardados dos esquemas de corrupção da gestão Fernando Henrique Cardoso. Funcionou assim: Aécio Neves nomeou um diretor de Engenharia da hidrelétrica de Furnas o qual montou um esquema de desvio de recursos que beneficiou governadores, senadores e deputados.

Em post no Facebook na semana passada, Miriam Belchior, ex-ministra do Planejamento e ex-presidente da Caixa Econômica Federal na gestão Dilma Rousseff, lembrou que Jair Bolsonaro foi citado no escândalo de Furnas, conforme documento que você vê na tela.

O assunto não é novo. Em junho deste ano, depois que Ministério Público Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) documentos referentes a contas de brasileiros no Principado de Liechtenstein – entre eles, contas da mãe de Aécio Neves – o ministro Gilmar Mendes determinou o arquivamento do inquérito sem ouvir Ministério Público Federal.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge se insurgiu contra essa decisão e, numa medida que tecnicamente é chamada de agravo regimental, pediu que Gilmar Mendes reconsiderasse ou, caso contrário, encaminhasse seu pedido para a segunda turma do Supremo Tribunal Federal.

Na votação do agravo regimental, Dias Toffoli acompanhou Gilmar Mendes, mas Celso de Mello e Édson Fachin foram contra. O resultado estava empatado em dois a dois quando Ricardo Lewandowski, presidente da segunda turma, pediu vistas.

Passados 5 meses, porém, o escandaloso arquivamento do processo acabou. Lewandoski finalmente decidiu pelo andamento do processo.

Esse é só um dos casos esquisitos nos quais Bolsonaro se envolveu. Estão lá os nomes de Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin e Bolsonaro. Este, recebedor, à época, de uma mesada de R$ 50 mil — R$ 146 mil em valores atualizados.

A partir de agora, portanto, tecnicamente Bolsonaro é investigado pelo STF juntamente a todos os outros citados na lista de Furnas. Se o STF terá peito de julgar Bolsonaro, se a Justiça tiver coragem de tratá-lo como trata Lula, a situação do novo presidente pode se complicar. E isso, se acontecer, ocorrerá quando a popularidade dele estiver em queda livre.

Para quem não sabe, Bolsonaro sofrerá forte queda de popularidade em pouco tempo, quando o povão descobrir que todas as promessas dele de resolver todos os problemas do país só falando grosso não passava de conto de vigarista para eleitor otário dormir.

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