Ciro radicaliza rancor e busca oposição nanica a Bolsonaro

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Os ex-presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) se encontraram nesta quarta-feira (7) para discutir uma aliança que contará com os dois partidos na oposição ao governo Jair Bolsonaro (PSL) e excluirá o PT.

A ex-senadora disse à Folha que “foi uma conversa inicial” na intenção de estabelecer “uma oposição democrática, que coloque em primeiro lugar o país”. A reunião foi na sede nacional da Rede, em Brasília.

“Tenho dito que é preciso uma oposição em que não haja sede de protagonismo, nem vinda de partidos nem de lideranças políticas, com cunho puramente eleitoral”, afirmou.

Em uma rede social, o ex-ministro escreveu que procurou sua adversária no primeiro turno para falar “sobre o futuro do Brasil, principalmente em relação à defesa da institucionalidade democrática, dos interesses nacionais e da pauta das populações mais vulneráveis”.

“A ideia é ter um bloco que possibilitará a esses partidos ter uma relação independente em relação à forma como o Partido dos Trabalhadores sempre se coloca, no seu grande guarda-chuva da oposição”, disse ela.

Na opinião da ex-senadora, a “realidade de esgarçamento político” pede que parlamentares de diferentes siglas, ainda que independentemente, atuem em torno de eixos como “a defesa do desenvolvimento sustentável, do Estado democrático de Direito, das instituições democráticas e do interesse nacional”.

A discussão sobre a formação do bloco está mais avançada no Senado, mas a ideia é replicar o modelo na Câmara dos Deputados.

A Rede elegeu apenas uma deputada federal e não atingiu a cláusula de barreira, o que deve levar a legenda a buscar alternativas como a incorporação por outro partido. Há conversas em andamento com PV e PPS, mas o modelo não está definido. O assunto ainda será discutido internamente.

A sigla da ex-ministra do Meio Ambiente teve desempenho melhor na eleição para o Senado, com cinco vitoriosos.

O PDT terá uma bancada com 28 parlamentares na próxima Legislatura na Câmara. No Senado serão dois representantes.

Marina declarou apoio crítico a Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição para o Planalto. Ciro frustrou a campanha do ex-prefeito de São Paulo ao anunciar, na véspera da votação, que não tomaria lado na disputa —o PT esperava um aceno explícito dele.

Da FSP