Deputados rejeitados nas urnas terão espaço no governo Bolsonaro

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A vitória eleitoral de Jair Bolsonaro (PSL) agregou valor a parlamentares que eram tidos como nanicos na Câmara dos Deputados. Em grande parte, deputados que não ocupavam cargos expressivos em comissões, lideranças ou na Mesa Diretora têm ajudado a compor a base aliada do parlamentar.

Os dois principais auxiliares de coordenação política do capitão reformado do Exército, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Alberto Fraga (DEM-DF), são exemplos disso. Além dos dois escudeiros de primeira hora, há outros nomes como Delegado Waldir (PSL-GO), João Campos (PRB-GO) e Capitão Augusto (PR-SP).

Os soldados de Bolsonaro são principalmente integrantes das bancadas da Bíblia, do boi e da bala. Os articuladores do presidente eleito estão de olho, inclusive, nos parlamentares que não foram eleitos para conseguir apoio e aprovar propostas ainda este ano.

Estão nesta lista de assediados (e interessados em colaborar) parlamentares como Laudívio Carvalho (Podemos-MG), relator do Estatuto do Desarmamento; Pauderney Avelino (DEM-AM), Marcelo Delaroli (PR-RJ), que foi vice de Romário na chapa derrotada para o governo do Rio de Janeiro, e o Delegado Francischini (PSL-PR), eleito deputado estadual.

Alguns deles estiveram presentes na comitiva de 32 deputados liderada por Alberto Fraga que visitou Bolsonaro na semana que antecedeu o segundo turno. Na época, o então candidato sinalizou a alguns o interesse de que eles fizessem parte do governo.

Ao estado do Amazonas, por exemplo, Bolsonaro mandou o recado de que estreitaria a relação por meio de Pauderney Avelino. “Pode ter certeza de que ele fará parte do nosso governo”, disse.

Mensagem semelhante foi endereçada ao deputado Alberto Fraga (DEM-DF), mas as expectativas foram frustradas. O fato de o parlamentar estar cumprindo regime aberto se tornou um entrave para ele integrar o futuro governo.

A expectativa de aliados de Bolsonaro é que boa parte dos mais de 200 deputados que não foram reeleitos se alinhem às pautas favoráveis ao próximo governo que podem entrar em pauta ainda este ano.

“Os que não foram eleitos, foram 243 que não foram eleitos, obviamente, têm uma esperança de ajudar o governo do Bolsonaro para que tenha um espaço no governo lá na frente”, disse o deputado Capitão Augusto ao HuffPost Brasil. “Tem muita gente boa que não foi reeleita e pode entrar no governo. Não vai ajudar o Bolsonaro? Claro que vai. Se tem espaço no governo? Lógico que tem.”

Deputado há quase três décadas, Bolsonaro tem feito sinalizações positivas aos parlamentares, apostando em um discurso em prol da governabilidade. O cenário era diferente em maio do ano passado. Já na frente nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência, ele rechaçou concorrer às eleições indiretas caso houvesse convocação por falta de apoio.

“Não tenho um grande apoio entre os parlamentares e não vou concorrer para pagar um mico”, disse à época.

A prática de dar espaço a parlamentares nanicos foi muito usada pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato. No comando da Casa, ele patrocinou a indicação de parlamentares de primeiro mandato para presidência de comissões importantes, como o deputado Hugo Motta (PRB-PB), que, aos 25 anos, foi eleito presidente da CPI da Petrobras.

Do HuffPost Brasil