Equipe de Guedes está cotando defensor da tese do nazismo de esquerda para constituí-la

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Começaram a vazar nomes de possíveis assessores do “superministro” Paulo Guedes, o futuro czar da economia. Aparece no topo da lista Adolfo Sachsida, funcionário do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e integrante do Instituto Liberal. No início da campanha presidencial, Sachsida figurava entre os conselheiros mais ouvidos por Jair Bolsonaro nos temas econômicos.

Filiado ao DEM, o economista concorreu sem sucesso a uma vaga de deputado no Distrito Federal em 2014. Notabilizou-se desde então pelo ativismo político e as teses esdrúxulas. Sachsida durou um dia como assessor especial do então ministro da Educação Mendonça Filho. Foi demitido 24 horas depois de ser nomeado por causa de suas postagens nas redes sociais a favor do projeto Escola Sem Partido.

Em seu canal no YouTube, defendeu a teoria de que Adolf Hitler e o nazismo eram de esquerda, muito popular entre bolsonaristas mais radicais. Para provar que Hitler era de esquerda, o pesquisador define como de esquerda quem prioriza o Estado em detrimento do indivíduo, a função social da propriedade em oposição à propriedade privada e o controle estatal de preços em lugar do livre mercado.

Assim, o pesquisador entende que Hitler, por ter imposto a força do Estado sobre a economia, seria de esquerda. Para sustentar sua tese, o pesquisador recorre a uma comparação entre o PT e a legenda alemã. “O PT é a sigla do Partido dos Trabalhadores. Da mesma maneira, o partido nazista era uma sigla: Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Você realmente acredita que um partido socialista dos trabalhadores é um partido de direita?”, afirma, antes de concluir. “Hitler era socialista antes e depois de assumir o poder.”

A tese do “nazismo de esquerda” causou um constrangimento internacional após apoiadores de Bolsonaro terem inundado o site da Embaixada da Alemanha para contestar um vídeo que explicava didaticamente o nascimento das ideias e as bases teóricas do pensamento de Hitler e seus conselheiros.

O comportamento dos brasileiros deixou estupefato o embaixador Georg Witschel. “Nunca ouvi uma voz séria na Alemanha argumentando que o nacional-socialismo foi um movimento de esquerda”, afirmou o diplomata. “Não faz sentido jogar a culpa e a responsabilidade do Holocausto em uma determinada tendência política. Foram os nazistas. Com certeza não foram os socialistas”.

Da Carta Capital