Interrompido por Maisa ao exaltar Bolsonaro, Raul Gil ofende a apresentadora

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Raul Gil não tira o chapéu para Maisa Silva. Na saída de uma churrascaria na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo, o apresentador do SBT conversou com fãs e aproveitou para detonar a queridinha de Silvio Santos. “Aquela bostinha não existiria se não fosse por mim”, disse. Ele afirmou ainda que foi expulso do Teleton após ter defendido Jair Bolsonaro.O desabafo sem papas na língua de Raul Gil foi feito a um grupo de jovens que o abordou após um jantar, na segunda-feira (12). No grupo, estavam jornalistas, que não se apresentaram como tal. Para o veterano, tratava-se apenas de uma conversa com fãs. Ele não sabia que estava sendo gravado.

O apresentador de 80 anos, que foi demitido do SBT no fim de 2016 e recontratado logo depois, voltou a ficar em evidência após usar parte de sua participação no palco da maratona em prol da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) para defender Jair Bolsonaro. Seu discurso a favor do presidente eleito foi cortado por uma constrangida Maisa Silva, que passou a comandar o palco do Teleton.

Cada apresentador ficou cerca de uma hora no comando do Teleton. Raul Gil permaneceu durante apenas 25 minutos. “Me expulsaram. Mas o tiro saiu pela culatra. De 5 mil comentários no Instagram, só 20 falavam mal de mim”, contou o veterano.Na verdade, o discurso pró-Bolsonaro de Raul Gil dividiu a internet. Enquanto alguns internautas o elogiavam e o defendiam por sua postura, outros o chamavam de “fascista” e lamentavam que Maisa tivesse que dividir o programa com ele.

À vontade na saída da churrascaria, Raul Gil chegou a convidar seus fãs para acompanhar uma gravação de seu programa no SBT. Confira seus desabafos:

“Aquele Teleton é tudo paradão, engessado… O que acontece é que me chamam pra ficar lendo. Chamam o Carlos Alberto [de Nóbrega] e botam pra ler… Chamam a Maisa e botam pra ler aquela porra. Como que chama mesmo? Ah, é TP [teleprompter, equipamento acoplado à câmera que exibe o texto que os apresentadores leem durante o programa].”

“Eu gravo sete, oito horas de programa e não leio porra nenhuma, vem tudo da minha cabeça. E faço isso há 50 anos. Eu chego e digo: ‘Eu não vou ler porra nenhuma, eu vou entrar e ser o Raul Gil’.”

“E os produtores não gostam disso, não gostam que passe por cima deles. Eles ficam putos. Por quê? Porque todo mundo trata eles como generais, e eu não. Os outros artistas todos vão com aquela bosta de ponto no ouvido, e eu não.”

“Eu falei no ar que os ladrões estavam presos, aqueles que levavam dinheiro das crianças… Falei mesmo. Falei algo por aí. Disse que tínhamos que ajudar o novo presidente porque não adianta, ele já ganhou e nós temos que orar para que Deus ilumine o seu caminho. E falei que nós estávamos esperando a doação dele [de Jair Bolsonaro]. Os caras lá em cima [no switcher] ficaram putos.”

“Me expulsaram. Um produtor levantou uma placa [em que estava] escrito ‘Despede Raul’. Nem me deixaram falar direito com os meninos da AACD. Eu pensei: ‘Porra, já tô indo embora, sendo que mal entrei?’.”

“Quando eu falei do Bolsonaro, gritaram pra Maisa, que estava com o negócio no ouvido: ‘Interfere aí, para esse cara’. Aí ela entrou no meio e se fodeu. Se fodeu. Por quê? Porque ela entrou e a criançada não parava de falar ‘vovô Raul, vovô Raul’, queriam que eu continuasse no palco. Enfim… Aquela bostinha, se não fosse por mim, não existia. Ela começou comigo.”

Do UOL