Membros da PF criticam escolhidos por Moro para compor Ministério

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O futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, começa a ser criticado pelos nomes que escolheu para fazer parte da sua equipe na pasta. Integrantes da Polícia Federal (PF) reclamam, por exemplo, que até agora o ex-juiz indicou apenas delegados para os cargos, todos eles ligados à chamada “República de Curitiba”.

Segundo o presidente da Federação Nacional de Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, as indicações de Moro para compor a pasta estão sendo vistas com ressalvas por integrantes da PF. “Acho que o novo ministro, ao fazer as suas escolhas, tem de buscar realmente os melhores quadros, com mais experiência naquele setor”, disse.

Para Boudens, para formar um ministério técnico, as escolhas não podem se basear apenas em “afinidade, conhecimento ou indicação de quem está próximo”.

Ele também afirma que a Polícia Federal é composta por diversas categorias, não apenas por delegados, e que Moro deveria considerar isso nas próximas escolhas. “O que a gente está esperando é que, de agora em diante, ele possa escolher outros cargos, não somente delegados. É muito ruim quando a gente vê uma discrepância para um cargo apenas. A Polícia Federal é mais do que isso.”

Uma das críticas é em relação à indicação do delegado-chefe da PF em Foz do Iguaçu, Fabiano Bordignon, para chefiar o Departamento Penitenciário Nacional (Depen). “Nós não vemos nele uma pessoa com as qualificações para assumir o cargo. Ele não teve nenhuma atuação de destaque. Aliás, nem sei se ele tem experiência na área penitenciária”, disse Boudens.

O presidente da Fenapef, no entanto, elogiou outras indicações, como a de Maurício Valeixo, que será diretor-geral da PF, e Rosalvo Franco, escolhido para comandar a Secretaria de Operações Policiais Integradas da pasta. Tanto Valeixo quanto Franco foram superintendentes da Polícia Federal no Paraná e aturam com Moro na Lava-Jato.

Outros nomes já indicados pelo futuro ministro são o de Erika Mialik Marena, que teria sido responsável por dar nome à Operação Lava-Jato, iniciada em 2014. O nome de Erika ganhou os holofotes após uma investigação da PF sobre desvio de recursos levar ao suicídio do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Além de serem delegados, todos os nomes têm em comum a atuação próxima a Moro para desbaratar o esquema de corrupção na Petrobras.

Do Valor Econômico