Bolsonaro deve estar planejando um golpe

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Bolsonaro acaba de extrapolar proposta anti povo de seu vice, general Hamilton Mourão, que propôs acabar com o 13° salário.

Agora, o presidente eleito propõe acabar com TODOS os direitos trabalhistas. Com isso, fará 99% do seu eleitorado cair em si.

A mídia relata que especialistas em direito do trabalho interpretaram com receio a declaração de Jair Bolsonaro de que as leis trabalhistas “têm de se aproximar da informalidade”.

Otávio Pinto e Silva, professor de direito do trabalho da USP (Universidade de São Paulo), afirmou que é cabível ter diversificação entre diferentes contratantes no Brasil, desde que isso não altere parâmetros que garantam um “patamar civilizatório mínimo”.

Ele disse que precisam ser mantidas as jornadas de oito horas por dia, por exemplo.

Não é adequado que a flexibilização venha a partir da supressão de direitos”, disse.

Para ele, o problema do Brasil não está no direito trabalhista, mas na tributação, com os altos encargos inerentes a um contrato formal.

“A lei 13.467 [da reforma trabalhista] se mostrava uma solução para a informalidade, mas verificamos o oposto 12 meses depois.

De 2017 a 2018, houve a criação de 1 milhão de novos postos informais, chegando a mais de 39 milhões.

Não me parece um bom caminho”, disse Guilherme Feliciano, presidente da Anamatra (associação dos juízes trabalhistas).

A informalidade atingiu 43% dos trabalhadores brasileiros no fim de setembro, o maior patamar trimestral registrado pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua desde que o levantamento começou a separar trabalhadores por contra própria com e sem CNPJ, no fim de 2015.

De acordo com os dados da pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre junho e setembro, o país registrou 92,6 milhões de pessoas ocupadas. Dessas, 39,7 milhões não tinham carteira assinada.

Até aqui, apesar de grande parte dos que estavam contra o PT terem caído em si dando a Fernando Haddad uma votação expressiva de quase metade do eleitorado brasileiro, a maioria ainda acreditava que essa piora nas condições de vida e de trabalho se devia a que Michel Temer chegou ao poder porque foi escolhido vice por Dilma Rousseff.

Essa maioria não se deu conta de que Temer deu um golpe em Dilma e subverteu todas as políticas sociais e trabalhistas do PT.

Agora, porém, Bolsonaro não poderá ser ligado ao PT se os seus planos de acabar com as leis e os direitos trabalhistas – tornando o mercado de trabalho quase que totalmente informal – causar uma tragédia social no país, pois as classes B, C e D vão afundar econômica e socialmente e saberão muito bem a que atribuir esse desastre.

Diante desses planos bolsonários de transferir tanta riqueza dos mais pobres para os mais ricos, será inevitável que sua popularidade afunde rapidamente.

Se Bolsonaro vai se arriscar dessa forma a se indispor tanto com a população, é lícito pensar que vem por aí um autogolpe no qual ele tentará se perpetuar no poder à revelia da vontade popular.

Nenhum governante democrático retiraria todos os direitos trabalhistas de um país inteiro se não pretendesse se manter no poder à força