Coaf erra e acusa deputado do PSOL em relatório de movimentações suspeitas

Todos os posts, Últimas notícias

A inclusão do nome do deputado Wanderson Nogueira (PSOL) no relatório sobre movimentação financeira atípica de assessores da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) decorreu de um erro do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

O órgão atribuiu ao deputado a nomeação de Ana Cristina Lopes do Carmo Lins. O Coaf detectou uma movimentação atípica de R$ 259 mil. Contudo, ela é servidora da deputada Márcia Jeovani (DEM).

O nome de Lins chegou a ser vinculado a de Nogueira no Diário Oficial de fevereiro de 2015, quando foi publicada a nomeação dela no gabinete do PSOL. Contudo, em março do mesmo ano, houve uma republicação por erro em que a servidora é alocada no gabinete de Jeovani.

Ela era a única atribuída ao gabinete do deputado do PSOL com movimentações atípicas.

O relatório do Coaf menciona servidores de outros 20 gabinetes, incluindo o do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL). Fazem parte da lista assessores de parlamentares de diferentes matizes ideológicas, como Márcio Pacheco (PSC), futuro líder do governo na gestão Wilson Witzel (PSC) e o deputado Eliomar Coelho (PSOL).

A Procuradoria-Geral de Justiça do Rio de Janeiro instaurou um procedimento criminal há cerca de quatro meses para investigar as circunstâncias das movimentações dos funcionários de Alerj. A apuração também tem como alvo os deputados aos quais estão vinculados os servidores.

O relatório do Coaf foi produzido no âmbito da Operação Furna da Onça, que prendeu no mês passado dez deputados estaduais. Ele foi elaborado a pedido do Ministério Público Federal, que solicitou todas as comunicações de movimentações atípicas envolvendo pessoas nomeadas na Alerj.

A menção no relatório não significa a prática de algum ilícito. O volume da movimentação, por sua vez, não é medida para a suspeita que eventualmente recaia sobre os deputados. O deputado Marcos Abrahão (Avante), preso na Furna da Onça, teve uma movimentação atípica de só R$ 289 mil.

Apenas quatro dos dez deputados alvo da operação foram mencionados no relatório do Coaf. O gabinete que apresentou a maior movimentação entre eles foi o de Luiz Martins (PDT), com R$ 18,5 milhões, quarto da lista geral.

Da FSP