Em nova investida da justiça parcial, Lula vira réu por ações de seu Instituto

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se tornou réu em mais um processo da Operação Lava Jato nesta sexta-feira (14), desta vez sob acusação de crime de lavagem de dinheiro.

Nesta ação, que tramita em São Paulo, Lula é acusado de ter recebido R$ 1 milhão como contrapartida a supostas interferências que teriam beneficiado os negócios do grupo brasileiro ARG na Guiné Equatorial. O valor, segundo o MPF (Ministério Público Federal) em São Paulo, foi dissimulado como uma doação ao Instituto Lula.

A denúncia foi oferecida pelo MPF no dia 26 de novembro e aceita hoje.

Além de Lula, também responderá ao processo o controlador do grupo ARG, Rodolfo Giannetti Geo, que foi denunciado por lavagem de dinheiro e por tráfico de influência em transação comercial internacional. Os fatos ocorreram entre setembro de 2011 e junho de 2012.

Lula também teria cometido o crime de tráfico de influência. Mas, como o ex-presidente tem mais de 70 anos, o crime prescreveu.

Segundo a força-tarefa, provas teriam sido encontradas em e-mails no Instituto Lula que foram apreendidos durante a busca e apreensão realizada em 4 de março de 2016, no mesmo dia em que Lula foi levado pela Polícia Federal para prestar depoimento por meio de condução coercitiva, no aeroporto de Congonhas.

No dia da apresentação da denúncia, o Instituto Lula informou que todas as doações recebidas são legais e que nunca houve qualquer tipo de contrapartida. “Todas as doações ao Instituto Lula são legais, declaradas, registradas, pagaram os impostos devidos, foram usadas nas atividades fim do Instituto e nunca tiveram nenhum tipo de contrapartida”, disse em nota.

Lula está preso na PF de Curitiba desde abril deste ano. Ele cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP), da Lava Jato em Curitiba. Atualmente, o petista recorre ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e pede a anulação da condenação ou a aplicação de penas mínimas pelos dois crimes, o que lhe permitiria migrar para o regime semiaberto. Não há data para o recurso ser julgado.

Do UOL