Húngaros protestaram contra autoritarismo do governo de direita

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Cerca de 10 mil húngaros protestaram em Budapeste neste domingo (16) contra uma nova lei trabalhista e contra o autoritarismo crescente do governo do primeiro-ministro de direita, Viktor Orban.

A manifestação, intitulada pelos organizadores de Feliz Natal, Sr. Primeiro-Ministro, foi o quarto e maior movimento organizado em uma semana por partidos esquerdistas de oposição, grupos civis e de estudantes contra o governo de Orban. Sindicatos também se juntaram ao protesto.

Os manifestantes carregavam bandeiras da Hungria e da União Europeia conforme caminhavam pela histórica Praça dos Heróis rumo ao Parlamento, mesmo sob o frio do inverno local.

Eles carregavam faixas com mensagens como “não roube” e “justiça independente”. A multidão somava cerca de 10 mil pessoas quando chegou ao Parlamento.

“A insatisfação está crescendo”, disse Andi, 26, uma estudante de sociologia que não quis revelar seu nome completo. “Eles aprovaram duas leis nesta semana que […] não atendem aos interesses do povo húngaro.”

A nova lei trabalhista permite que empregadores exijam até 400 horas extras por ano, levando críticos a classificá-la como “lei da escravidão”.

O governo também aprovou uma lei para estabelecer novos tribunais administrativos que responderão ao governo e cuidarão de temas sensíveis como a lei eleitoral, protestos e acusações de corrupção.

“Esse governo ignora a nós, trabalhadores”, disse Tamas Szekely, vice-chefe da Associação dos Sindicatos Húngaros, em um discurso. “Nós devemos levantar nossas vozes e dar uma resposta.”

Orban tem entrado em conflito frequente com Bruxelas à medida que estabelece um sistema que seus críticos veem como autocrático, aumentando seu controle sobre a Justiça e a imprensa.

Defensores dos direitos humanos dizem que a nova lei dos tribunais é a mais recente medida para erosão das instituições democráticas sob Orban, que chegou ao poder em 2010.

Orban foi reeleito em abril, apoiado em uma campanha guiada pela anti-imigração, ao enfrentar uma oposição fraca e fragmentada.

No início deste mês, seu governo forçou uma escola particular de pós-graduação, a Universidade Central Europeia, a deixar a Hungria, como parte da luta de anos de Orban contra o liberal bilionário norte-americano nascido na Hungria, George Soros.

O partido de Orban, Fidesz, disse, em reação aos protestos, que é “cada vez mais óbvio que criminosos fazem parte dos tumultos de rua organizados pela rede de Soros”.

Da FSP