Miguel Díaz-Canel critica Bolsonaro durante cerimônia em Havana

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O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, afirmou que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), atuou de forma “soberba e insensível” ao questionar o profissionalismo dos médicos cubanos do programa Mais Médicos.

“Não tínhamos outra opção a não ser retirar Cuba do programa”, disse durante a cerimônia de homenagem aos profissionais que retornaram a Havana. “Era impossível ficarmos de braços cruzados diante um governo incapaz de entender que nossos médicos chegaram ao seu País motivados pela vontade de servir ao povo.”

Díaz-Canel confirmou o retorno de mais de 7,6 mil cubanos. Cerca de 800 cubanos optaram por permanecer no Brasil. “Durante a despedida, todos receberam lágrimas e abraços dos milhares de brasileiros de coração nobre e valores humanos superiores ao do novo presidente.”

Havana saiu do programa Mais Médicos em 14 de novembro após declarações de Bolsonaro. Nos últimos meses, o presidente eleito afirmou que os cubanos faziam trabalho escravo, pois parte do salário era destinada ao governo cubano. Ele chegou a dizer havia agentes cubanos disfarçados no País.

Além disso, Bolsonaro havia condicionado a permanência dos médicos “à aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias” e que “infelizmente, Cuba não aceitou”.

Díaz-Canel afirmou que os serviços médicos de Cuba “chegaram a lugares esquecidos pelos serviços médicos seletivos do capitalismo selvagem que Bolsonaro”. Além do Brasil, outros 66 países receberam médicos cubanos.

Do Estadão