Ministro de Bolsonaro recebeu dinheiro da JBS, Odebretch e Gerdau

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Na última quarta-feira (28), o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou mais dois deputados federais como futuros ministros em sua administração: Osmar Terra (MDB-RS), ministro da Cidadania, e Marcelo Álvaro Antônio (PSL), ministro do Turismo. A reportagem  checou quem doou para as campanhas eleitorais deles nos últimos anos. Confira abaixo.

Osmar Terra se elegeu deputado federal pela primeira vez em 2006, ficando na suplência nas eleições de 2002 e 1998. Nesse período, ele se licenciou da Câmara para exercer os cargos de secretário de Saúde no governo do Rio Grande do Sul e ministro do Desenvolvimento Agrário, durante o governo Temer. Até 2014, sua candidatura foi majoritariamente bancada por empresas. Em 2018, o MDB foi responsável por quase todas as receitas. Além de deputado, secretário e ministro, Terra foi prefeito de Santa Rosa entre 1993 e 1996.

Em 2018, Terra arrecadou R$ 1.678.050, dos quais R$ 1,5 milhão veio do MDB. R$ 20.800 foi arrecadado com uma vaquinha virtual, e duas pessoas físicas fizeram doações relevantes: Marco Aurélio Bottoli cedeu aeronave para campanha, com custo estimado de R$ 27 mil, e o empresário Sérgio Mário Gabardo, da TransGabardo, que doou R$ 25 mil.

Sua campanha foi mais barata em 2014 (custou R$ 974.371,39), e foi majoritariamente bancada por grandes empresas. A JBS contribuiu com R$ 200 mil, a Odebrecht doou R$ 190 mil, a Gerdau bancou R$ 142,5 mil e a Amil e o Bradesco contribuíram com R$ 100 mil cada – assim como o empresário Eraí Maggi, o “rei da soja”, primo do ministro da Agricultura, Blairo Maggi.

Na eleição anterior, 2010, a Interfarma, Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, foi a instituição que mais doou para a campanha de Terra: R$ 150 mil. A Gerdau e o Itaú doaram R$ 50 mil cada. Ele recebeu ainda R$ 100 mil do Comitê Financeiro de Campanha Presidencial do PSDB, e tirou R$ 65.630 do próprio bolso. O total arrecadado foi de R$ 674.609,20.

Em 2006, o próprio deputado foi seu maior doador de campanha: R$ 115.997.70. A Gerdau doou outros R$ 100 mil, enquanto a Alibem Comercial de Alimentos e a Camera Agro Alimentos doaram R$ 50 mil cada. A campanha arrecadou R$ 438.013,78. Por fim, em 2002, sua campanha custou R$ 150.288. A AGCO doou R$ 50 mil e o Unibanco doou R$ 37 mil, e foram as maiores contribuintes. Não há dados disponíveis para a campanha de 1998.

Marcelo Henrique Teixeira Dias adotou como sobrenome o nome do pai, o ex-deputado federal Álvaro Antônio (morto em 2003), em sua carreira política. Ele participou de todas as eleições desde 2012, quando foi eleito vereador pela primeira vez. À época, ele era filiado ao PRP. Em 2014, se elegeu deputado federal e, em 2016, já filiado ao PR, ficou em décimo lugar na disputa para prefeito de Belo Horizonte. Filiado ao PSL, ele se reelegeu para a Câmara Federal.

A sua última campanha para deputado federal foi bancada majoritariamente por ele e sua mãe, Vilma Penido Dias. Em 2018, a arrecadação total foi de R$ 587.286, dos quais R$ 434.780 vieram dos dois. Seu partido, o PSL, contribuiu com R$ 145.676.

Em 2014, mãe e filho contribuíram com R$ 459.500 de um total de R$ 890.156,10, cerca de metade. Nessa eleição eram permitidas contribuições de empresas, que também fizeram doações relevantes para a campanha. A Química Brasileira S/A colaborou com R$ 59.300, enquanto a Localix Serviços Ambientais e a Ribeiro Gomes Engenharia colaboraram com R$ 50 mil cada. O PSDB também doou R$ 50 mil, apesar de Marcelo nunca ter sido filiado ao partido.

Em 2016, na sua campanha para prefeito, o PR, seu partido à época, foi responsável pela quase totalidade das contribuições de campanha. A campanha custou R$ 1.090.300, e o partido doou R$ 1 milhão.

Da Agência Lupa