Missão da mídia de esquerda é interpretar noticiário da mídia corporativa

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Eduardo Guimarães

Convencionou-se chamar de mídia alternativa sites de esquerda tornados empresas e que usam a linguagem jornalística para se contrapor à ideologia reinante na mídia tradicional, praticada por grandes conglomerados empresariais.

Esses conglomerados cresceram ao ponto que cresceram graças a grandes investimentos da ditadura militar (1964/1985), que vitaminaram esses conglomerados mergulhados em um forte viés ideológico e conservador.

Devido à escassez de recursos dos veículos sem dinheiro injetado pelo Estado ou pelas grandes empresas, a mídia alternativa começou produzindo, na proporção de 90% ou mais, análises políticas e denúncias contra a mídia oriunda do regime autoritário.

Com o tempo, porém, graças ao crescimento da internet, tornou-se possível o um modesto financiamento da mídia alternativa através de doações de leitores e espectadores e da publicidade do Google, que, para veículos com boa audiência, permite sobrevivência.

Essa nova realidade do jornalismo Independente de esquerda permitiu, também, que fosse surgindo uma nova forma de noticiário: a veiculação de notícias produzidas por quem tem dinheiro para produzir conteúdo, mas sob interpretação do contraponto ao jornalismo de direita no Brasil, esmiuçando nas entrelinhas do jornalismo de direita e neoliberal o que é mais próximo da verdade dos fatos, pois dificilmente está nas manchetes da autoproclamada mídia profissional o que essa mídia diz nas próprias reportagens.

Muitas vezes, a mídia corporativa até divulga a verdade, mas a manchete diz uma coisa e o conteúdo da matéria diz outra.

Se não fosse a mídia alternativa, o poder da direita, hoje, seria muito maior.

Na última eleição, a esquerda obteve quase metade dos votos válidos, tem o maior partido do Congresso (PT) e elegeu mais governadores que qualquer outro partido.

A mídia alternativa é imprescindível na defesa da democracia graças a um trabalho heróico. E, por isso, precisa ser apoiada.

Eduardo Guimarães é editor do Blog da Cidadania