Mortes causadas por PMs aumentam, mas general considera intervenção no RJ ‘missão cumprida’

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“Trilhamos um caminho difícil e incerto, mas cumprimos nossa missão”. Essa foi a avaliação final do general Braga Netto sobre a intervenção federal na segurança pública do Rio. Ele participou na manhã desta quinta-feira, ao lado do governador em exercício Francisco Dornelles, da solenidade de encerramento da intervenção, que termina oficialmente no próximo dia 31. No evento, Braga Netto destacou como eixos principais desses 10 meses de atuação a recuperação operativa dos órgãos de segurança pública e a redução dos índices de criminalidade.

Nesse sentido, citou ações como o fortalecimento das corregedorias de polícia, a integração dos sistemas de inteligência, a reativação do sistema de metas e a recuperação dos efetivos cedidos a outros órgãos. Ele ta,bém cuidado para que se evitasse a politização das instituições e segurança. E, no fim da cerimônia, ressaltou:

– O desafio da segurança pública somente será vencido se enfrentado de forma integrada.

Sobre os investimentos, ele afirmou que o gasto até agora nos 10 meses de intervenção equivale a 4,35 anos do que foi investido em segurança no Estado do Rio nos últimos cinco anos. Segundo informações do Gabinete de Intervenção Federal, de R$1,2 bilhão destinado pelo governo federal à intervenção, até esta quarta-feira tinham sido empenhados R$ 890 milhões, cerca de 74% do total.

Nos bastidores, no entanto, há a expectativa de que antes do dia 31 sejam empenhadas também a compra de 3 helicópteros para o estado, dois para a Polícia Civil e um para o Corpo de Bombeiros, o que elevaria o percentual gasto. Confirmada a compra dos helicópteros, o percentual empenhado deve chegar a 90% do total previsto. Os generais admitem, no entanto, que 10% podem ser devolvidos ao governo federal, algo perto de R$ 100 milhões.

Na cerimônia, o general Braga Netto afirmou que os objetivos propostos foram atingidos. Mas não tocou em assuntos sensíveis, como o aumento do número de homicídios decorrentes da intervenção policial. Tampouco mencionou nenhuma operação específica, como as que ocorreram na Vila Kennedy, no início da intervenção, que pretendiam transformar a comunidade num modelo de ação.

Já o governador Dornelles ressaltou o papel da intervenção na redução dos índices de criminalidade:

– O estado estava à beira de um convulsão social, só evitada pelo apoio federal materializado na atuação das Forças Armadas – disse ele. – O legado da intervenção será plenamente preservado.

O presidente Michel Temer, representado pelo Ministro da Justiça Torquato Jardim, enviou um áudio, cuja execução, no entanto, falhou durante a cerimônia.

Do Jornal Extra