Negadas por futuro Chanceler, mudanças climáticas deram prejuízo de US$ 85 bilhões no mundo esse ano

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Um relatório divulgado pela Christian Aid revelou que dez desastres climáticos ocorridos neste ano geraram um prejuízo de US$ 85 bilhões — aproximadamente R$ 332 bilhões — para a economia mundial. Dos dez, quatro custaram mais de US$ 7 bilhões cada.

Os desastres naturais mais caros foram os furacões Florence e Michael, que juntos somaram US$ 32 bilhões em prejuízo para países da América Central e para os Estados Unidos. Os EUA foram ainda palco dos incêndios da Califórnia, que custou US$ 9 bilhões aos cofres americanos.

Segundo a pesquisa da organização britânica, as chuvas que acompanharam o Florence foram 50% piores graças por conta da atividade humana sobre o ecossistema. No caso do furacão Michael, especialistas apontam que a água mais quente dos oceanos, consequência da emissão de poluentes, tornou a tempestade mais rápida e potente que o normal, ampliando seu poder de destruição.

Outro grande desastre do ano foi o tufão Jebi, que atingiu o Japão e causou enchentes 230 mortes e mais de US$ 9,3 bilhões em danos. Em julho, foi registrada a maior onda de calor na história do país asiático.

Também fazem parte da lista as secas na Europa, as enchentes no sudeste da Índia e o tufão Mangkhut, que passou pela China e Filipinas. Os valores foram estabelecidos a partir da análise de dados governamentais, de bancos e seguradoras acionadas após as tragédias.

De acordo com os especialistas, o aquecimento global intensificou ondas de calor e o poder destrutivo das tempestades. No mês passado, a ONU classificou 2018 como o quarto ano mais quente das últimas duas décadas. Segundo o estudo divulgado esta semana pela organização, a extrema mudança de clima atingiu todos os continentes em 2018.

— A mudança climática ainda é abordada como um problema futuro, mas é porque temos dificuldades para aceitar o que já está acontecendo. A grande injustiça das mudanças climáticas é que quem sofre mais com elas são as pessoas mais pobres e que menos contribuíram para essa crise — esclareceu Kat Kramer, pesquisador da Christian Aid.

A tendência é que eventos climáticos fiquem cada vez mais violentos conforme a temperatura aumentar:

— Os impactos da mudança de temperatura não são mais sutis — explicou o professor de Ciência Atmosférica, Michael Mann, da Universidade dos Estado de Penn. — O clima está cada vez mais extremo bem diante dos nossos olhos. A única coisa capaz de parar essa tendência destrutiva é diminuir drasticamente a emissão de carbono.

Do O Globo