Bolsonaro não larga o osso: improvisará gabinete no hospital

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Na semana em que completará um mês na Presidência da República, Jair Bolsonaro vai despachar em uma estrutura provisória no hospital Albert Einstein, montada pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional) para que ele mantenha a rotina presidencial enquanto se recupera de uma cirurgia.

Alvo de uma facada durante ato de campanha em setembro de 2018, Bolsonaro passará na manhã desta segunda (28) por operação para retirada de uma bolsa de colostomia. Esta é a terceira vez que ele é operado desde o ataque.

O procedimento deve ter início nas primeiras horas do dia, já que exige jejum do paciente. A partir do momento em que Bolsonaro for sedado, o vice, Hamilton Mourão, assume interinamente a Presidência e permanece no cargo pelas 48 horas seguintes à cirurgia —período estimado pelos médicos como impeditivo para despachos e tomadas de decisões importantes.

A partir de quarta-feira (30), Bolsonaro deve voltar a despachar normalmente com o auxílio de uma equipe de técnicos que foi deslocada de Brasília a São Paulo. A estimativa é que ele permaneça
internado por dez dias.

O GSI, comandado pelo general Augusto Heleno, montou uma sala para equipe de apoio no andar do quarto do presidente. Ele é o único dos 22 ministros que vai acompanhar integralmente a estadia de Bolsonaro em São Paulo.

O Palácio do Planalto trouxe à capital paulista auxiliares técnicos e que dão suporte jurídico para a tomada de decisões do chefe do Executivo.

O escritório improvisado contará com um computador com internet, uma impressora e um telefone fixo. O espaço permitirá ainda que Bolsonaro se comunique com ministros e outros auxiliares que estejam fora de São Paulo por meio de videoconferência.

É avaliada ainda a necessidade de deslocamento de alguns ministros de Brasília para um encontro presencial durante o período de internação. Isso dependerá de desdobramentos de casos considerados
urgentes, como o desastre em Brumadinho (MG).

No período de recuperação, a equipe econômica deve ainda concluir a proposta de reforma da Previdência, medida considerada crucial para a gestão Bolsonaro no ajuste das contas públicas e retomada do crescimento do país.

O ministro Paulo Guedes (Economia) deve ter novas reuniões nesta semana em Brasília para conclusão de um projeto que vai alterar as regras de aposentadoria.

O governo pretende apresentar até a segunda semana de fevereiro o texto, logo nas primeiras semanas de funcionamento do Legislativo.

O novo Congresso toma posse na próxima sexta-feira (1º), quando serão eleitos os presidentes da Câmara e do Senado. Uma mensagem do chefe do Executivo deve ser levada ao Congresso para a abertura dos trabalhos dos deputados e senadores.

Bolsonaro foi internado no Einstein no início da manhã de domingo (27). Ele viajou a São Paulo acompanhado da primeira-dama, Michelle, e de um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Do hospital, o presidente gravou um vídeo para agradecer ao apoio e orações e divulgou a mensagem por meio das redes sociais.

Sobre a cirurgia, ele disse na gravação que “se Deus quiser ocorrerá tudo muito bem”.

Um boletim médico divulgado no fim do dia mostrou que os exames detectaram normalidade na saúde do presidente.

O boletim médico foi lido em uma sala do hospital pelo porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, que disse que Bolsonaro está “animado com os resultados dos exames”.

“Eu acabei de estar com o presidente, está muito animado, está feliz pelos resultados do exame, e amanhã, com toda a certeza, o êxito na cirurgia fará com que ele possa desencadear as suas atividades de presidente da República da melhor forma possível em nome do nosso país, em nome da nossa
sociedade”, disse.

Segundo Rêgo Barros, Bolsonaro segue monitorando os desdobramentos do desastre de Brumadinho.

Em relação à cirurgia, há a previsão de uma entrevista coletiva nesta segunda logo após o encerramento do procedimento. “Tão pronto essas informações estejam abertas ao público, os senhores serão dos primeiros a obterem os dados da cirurgia”, afirmou.

O governo trouxe também assessores de comunicação para a realização de briefings diários sobre a saúde do presidente e atos do Executivo.

Da FSP