Doria acha que solução para crime organizado é isolar seus líderes

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (3) que os chefes de facções criminosas serão “absolutamente isolados” e ficarão “sem nenhum tipo de contato” com outros presos em penitenciárias do Estado.

“Em São Paulo, criminosos serão tratados com criminosos, com o rigor da lei”, disse Doria em entrevista no terceiro dia à frente do Palácio dos Bandeirantes, à GloboNews.

Ele ainda afirmou que encaminharia projetos de mudanças na legislação à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), caso necessário, para endurecer o combate ao crime organizado.

Doria disse que encontrou o ministro da Justiça, Sérgio Moro, dias antes da posse do presidente Jair Bolsonaro, e declarou que os dois possuem “total alinhamento em questões penitenciárias e controle do tráfico de entorpecentes”.

Ao ser questionado se conseguiria apoio na Alesp para aprovar leis, disse que sua coligação já conta com a maioria da Casa.

Considerando o resultado das eleições em 2018, os partidos que integraram sua coligação (PSDB, PSD, DEM, PP e PRB) conseguiram eleger 27 deputados estaduais — o Legislativo paulista tem 94 cadeiras. Seu partido, o PSDB, teve redução de 19 para 8 deputados. O Democratas teve 7 eleitos, o PRB 6, o PP 4 e o PSD, 2.

Depois de ter se recusado a comentar a ausência de Gilberto Kassab (PSD) na cerimônia de posse dos secretários estaduais realizada nesta quarta (2), Doria abordou a situação do aliado na entrevista nesta quinta.

Investigado na operação Lava Jato, Kassab foi nomeado secretário da Casa Civil por Doria, mas pediu licença por tempo indeterminado para preparar a defesa. Sobre o caso, Doria afirmou que, comprovada a inocência diante das suspeitas de que recebeu R$ 58 milhões do grupo J&F, Kassab assumirá o cargo.

Enquanto isso, Antonio Carlos Malufe comanda a Casa Civil.

João Doria disse que conversou por telefone com Geraldo Alckmin e com Fernando Henrique Cardoso após assumir o cargo de governador. “Vamos estar alinhados, não há diferença ou distanciamento em relação a Alckmin e FHC”, disse o tucano. Ele contou que também conversou por telefone com outros líderes do partido, como Tasso Jereissati, Cássio Cunha Lima e Bruno Araújo.

Em seu discurso de posse, Doria teceu uma série de críticas aos 24 anos de comando do PSDB no estado. Líderes históricos do partido, como José Serra, Fernando Henrique Cardoso e seu antecessor e padrinho político, Geraldo Alckmin, não estavam presentes na cerimônia.

Nesta quinta, Doria reafirmou o discurso de mudança no PSDB e disse que apoiará o deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) para o comando da sigla.

“Há mudança, manifestada pela população no voto nessa eleição. Temos que estar preparados para essa mudança. Bruno Araújo é o nosso candidato para dirigir o PSDB nacionalmente”. Doria disse que Geraldo Alckmin, o atual presidente da sigla, não pretende concorrer à reeleição. O novo presidente nacional do PSDB será escolhido em maio deste ano.

Da FSP