Governo da Venezuela bloqueia contas do golpista Juan Guaidó

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O procurador-geral da Venezuela disse nesta terça-feira que pediu ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), de maioria governista, que inicie uma investigação preliminar sobre o autoproclamado presidente interino e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, além de ter congelado as contas do líder da oposição e proibido sua saída do país.

O procurador-geral Tarek William Saab disse à TV estatal que pediu ao TSJ que “abra uma investigação preliminar sobre Juan Guaidó como responsável de diversas ocorrências violentas no país desde o dia 22 de janeiro”, um dia antes de o deputado se autoproclamar presidente em meio a protestos convocados pela oposição contra o presidente Nicolás Maduro. Saab também acusa Guaidó de ajudar países estrangeiros a interferir em assuntos internos da Venezuela.

Minutos após o anúncio de que está sob investigação, o autoproclamado presidente interino respondeu que não subestima a ameaça de prisão, mas disse não acreditar que seja “algo novo”.

— Estamos aqui, vamos continuar agindo e trabalhando para enfrentar a crise humanitária — disse Guaidó a jornalistas em Caracas. — Eu não estou descartando uma ameaça de prisão, mas isso não é nada de novo sob o sol.

Também nesta terça-feira, em resposta ao TSJ, o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, denunciou o procurador-geral venezuelan opelo que definiu como ameaças contra o líder da oposição. Ao classificar Saab como “ex-funcionário ilegítimo”, Bolton disse em mensagem no Twitter que “haverá sérias consequências para aqueles que tentarem subverter a democracia e prejudicar Guaidó”.

O anúncio do TSJ ocorre um dia depois de Washington informar sobre sanções contra a petrolífera estatal venezuelana PDVSA e no dia em que os EUA, que reconheceram Guaidó como presidente interino, o apontaram como controlador de ativos da Venezuela mantidos no Banco Central americano.

Por ser um legislador, o deputado de 35 anos tem imunidade, que só pode ser retirada por um tribunal superior.

Atualmente, são 19 os países que reconheceram Guaidó como presidente. Maduro, que tomou posse no início deste mês para um segundo mandato depois de contestadas eleições no ano passado, acusa Guaidó de encenar um golpe liderado pelos EUA.

Centenas de milhares de pessoas protestaram no último dia 23 de janeiro contra Maduro, em manifestações que, pela primeira vez, tiveram a adesão de bairros e regiões cuja população era antes aliada do chavismo. A repressão se concentrou nessas áreas, e, segundo divulgou a ONU nesta terça, 40 pessoas foram mortas, das quais menos 26 foram vítimas de disparos das Forças Armadas venezuelana, disse o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville.

De O Globo