Para Salles, Bolsonaro com vara de pesca em área proibida não significa nada

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Em janeiro de 2012, Jair Bolsonaro foi flagrado num bote inflável, dentro de uma área de proteção, em que a presença humana é proibida. Tinha uma vara de pesca na mão, atividade também ilegal. Mas, para o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nada disso é evidência suficiente para a autuação.

“Ele não foi multado por pescar. Ele foi multado porque estava com uma vara de pesca. O fiscal presumiu que ele estava pescando”, disse ao assumir o cargo.

Onde já se viu presumir que uma pessoa com instrumento que serve para tirar peixes do mar o usaria para tal? Quem sai de casa sem uma vara de pesca? Vai que precisa. Soubemos nesta quarta (9) que a multa de R$ 10 mil, recebida pelo então deputado, foi anulada e não será mais cobrada do atual presidente.

No fim do ano, o vídeo em que a advogada Luciana Sinzimbra apanha do ex-namorado, Victor Junqueira, causou revolta. O agressor não foi preso “por falta de elementos”. As autoridades alegaram que, apesar das imagens, o material não era suficiente para decretar a prisão, o fato não foi em flagrante, o acusado tinha residência fixa. Afinal, a vítima não tinha um pedaço de corpo fraturado, as mãos decepadas, queimadura de terceiro grau. O caso nem terminou num caixão. Prender para quê?

Sim, todos têm direito a ampla defesa. Sim, a legislação tem requisitos para decretar uma prisão. A questão é outra. Como respeitar a Justiça e mesmo acreditar que ela está sendo feita se testemunhamos injustiças sendo cometidas o tempo todo em nome da Justiça?

Parece óbvio o que faz um homem com vara de pesca em área de preservação. Imagens de uma mulher apanhando deveriam dar cana. Também não há dúvida de que bandido com fuzil precisa ser preso, mas não “abatido”, como quer o governador do Rio. Wilson Witzel pretende atropelar a Justiça e institucionalizar a pena de morte, o que é ilegal. O que podemos esperar nesse vale-tudo?

Da FSP