É uma injustiça comparar os filhos de Bolsonaro a Huguinho, Zezinho e Luisinho

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Leia a coluna de Alvaro Costa e Silva, jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de “Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro”.

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Patópolis

Há quem compare os filhos de Bolsonaro a Huguinho, Zezinho e Luisinho. Uma injustiça com os sobrinhos do Pato Donald. A única semelhança está no gosto por usar bonés.

Os trigêmeos (Huey, Dewey e Louie, no original), criados por Ted Osborne e Al Taliaferro e depois adotados por Walt Disney, são infantilmente travessos. A maldade deles não vai além de roubar as tortas da Vovó Donalda. Ainda são responsáveis pelo clássico “Manual do Escoteiro Mirim”, que me ensinou a dar nó de marinheiro e a conversar em código marciano.

Em matéria de utilidade, a prole do presidente é boa em fazer cortina de fumaça. No início, o pessoal se confundia: quem é quem? Hoje estamos cansados de reconhecê-los. Eduardo, deputado federal por São Paulo, parece mais interessado em tramar, na companhia de certo astrólogo e de Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, contra o vice-presidente Mourão.

Envolvido com laranjas de todo tipo —maduras, bichadas ou com marimbondos no pé—, o senador Flávio anda discreto, para não dizer sumido. Mas, quando não é um, é outro.

A bola da vez é Carlos (apelidado de Zero Dois, Pitbull ou Carluxo), vereador cujos interesses ficam a quilômetros do Rio. Seu palanque é o celular. Levantamento do jornal O Globo mostrou que 72,2% do que ele escreve nas redes sociais são ataques, tendo a imprensa como alvo principal.

O tuíte chamando Gustavo Bebianno de mentiroso pôs em funcionamento uma jogada política que inclui a refundação da UDN de Carlos Lacerda (!). É o novo velho, pois não? A manobra desvia o assunto, mas não explica como o PSL —o partido de Bebianno continua sendo o de Bolsonaro— é tão competente ganhando dinheiro com candidatos fantasmas.

Em Patópolis, terra de Huguinho, Zezinho e Luisinho, havia menos patos. Quém! Quém!

Da FSP