Escândalo Queiroz vai para Grupo de Combate à Corrupção do MP

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A investigação sobre a movimentação financeira suspeita de assessores do senador e ex-deputado estadual (PSL-RJ), entre eles o ex-motorista , foi enviada nesta semana para o Grupo Especializado no Combate à Corrupção (Gaecc) do Ministério Público do Rio de Janeiro.

A mudança indica um aprofundamento nas apurações, já que o Gaecc tem como função auxiliar na prevenção e repressão a crimes e infrações civis contra o patrimônio público ou que atentem contra a probidade administrativa.

Segundo o Ministério Público, o grupo dará apoio ao promotor encarregado do caso, Luís Otávio Lopes, titular da 25ª Promotoria de Investigação Penal (PIP). A 25ª PIP cuida do caso desde que o promotor da 24ª PIP, Claudio Calo, alegou suspeição para analisar o caso. Ele já tinha se encontrado com o Flávio, no final do ano passado.

Ainda de acordo com o MP, a ajuda do Gaecc será necessária porque os relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontaram as movimentações suspeitas na conta de Queiroz são complexos e levam tempo para serem analisados.

De acordo com o órgão, o mesmo apoio será dado em todos os procedimentos investigatórios sobre parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) nos quais haja solicitação dos promotores.

Ao todo, foram abertos 22 procedimentos de investigação penal sobre o relatório do Coaf, produzido no âmbito da Operação Furna da Onça, que mirou um mensalinho pago a deputados estaduais do Rio em troca de apoio ao governo de Sérgio Cabral (MDB).

Embora Flávio Bolsonaro não tenha sido alvo da ação da Polícia Federal, que prendeu dez deputados estaduais, o documento mostrou que, por treze meses, Fabrício Queiroz movimentou, em sua conta bancária, 1,2 milhão de reais, quantia considerada incompatível com sua renda. O relatório também apontou movimentações atípicas nas contas de mais de 70 assessores e ex-assessores de outros 21 parlamentares, além de Flávio.

Conforme revelou VEJA em dezembro, o Coaf descobriu que Queiroz recebeu regularmente depósitos de colegas de gabinete na Alerj, muitas vezes em datas próximas dos dias de pagamento de salário. A prática indicaria a ocorrência da chamada “rachadinha”, procedimento irregular pelo qual os servidores nomeados em cargos de confiança repassariam ao deputado a maior parte ou a totalidade de seus salários.

Flávio Bolsonaro nega ter participado ou tido conhecimento de irregularidades no caso. Em entrevistas, Fabrício Queiroz também afirmou ser inocente e atribuiu a movimentação a supostas operações de compra e venda de carros usados. Tanto o senador quanto o ex-assessor dele não compareceram aos depoimentos agendados pelo MP-RJ para que prestassem esclarecimentos.

Da Veja