Gustavo Bebianno já definiu que pretende voltar a advogar no primeiro momento

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Fora do governo do presidente Jair Bolsonaro, o ministro Gustavo Bebianno , da Secretaria-Geral da Presidência, já definiu que pretende voltar a advogar no primeiro momento. Entretanto, ele avalia seguir carreira política. O empresário Paulo Marinho , um dos principais aliados de Bebianno, afirmou que ele pode até mesmo entrar na disputa eleitoral no Rio em 2020, mas nega que ele fará uma oposição ao governo, do qual trabalhou para eleger.

— Ele (Bebianno) vai ter que voltar às origens, conforme  o capitão falou. E vai cuidar da vida dele e vai voltar a advogar. Porém, ele pretende permanecer na política, vai buscar um espaço na política para militar — disse Marinho, que é suplente do senador Flávio Bolsonaro, primogênito do presidente.

Nos últimos dias, o empresário foi convocado por Bebianno para estar ao lado dele durante o desenrolar da crise. Viajou duas vezes do Rio a Brasília e não descarta voltar para a capital federal novamente nesta segunda-feira. Marinho é um  dos principais conselheiros de Bebianno.

— O Gustavo (Bebianno) está querendo continuar na política porque ele tem competência para isso, já teve reconhecimento da classe política, muitos políticos estão apoiando ele, querem tê-lo ao lado. Agora, eu acho que é um momento de refletir e ver qual o caminho que ele deve seguir, mas basicamente ele vai voltar para a advocacia agora. E num segundo momento ele vai encontrar um lugar na política onde ele possa militar — disse.

Segundo o empresário, Bebianno não pretende fazer oposição ao governo de Jair Bolsonaro, mas, ao deixar o cargo, se empenhará em responder os ataques do vereador Carlos Bolsonaro.

— Tenho certeza que Bebianno vai se comportar de uma maneira muito digna e correta. A única coisa que ele vai fazer, com justa razão, é explicar essas versões que foram postas na imprensa pelo Carlos Bolsonaro sobre ele — diz Marinho.

Bebianno nega que tenha envolvimento nas acusações de candidatas laranjas no Pernambuco, que passou a ser investigado pela Polícia Federal. Ele também promete provar que, de fato, falou com o presidente três vezes na última terça-feira , conforme relatou em entrevista ao GLOBO. Carlos Bolsonaro foi às redes sociais dizer que Bebianno mentiu sobre ter feito contato com o presidente.

Em entrevistas durante a campanha, Bebianno afirmava que “não gostava de política” mesmo ocupando o cargo de presidente interino do PSL, entre janeiro e outubro de 2018. Eleitor de Bolsonaro, ele se aproximou do então deputado federal e se ofereceu para assumir a defesa de Bolsonaro em algumas ações. Outsider na política, foi Bebianno que articulou a manobra que tirou Bolsonaro do Patriota e viabilizou sua candidatura pelo PSL.

Na época,  Bebianno tentou se lançar a candidato a deputado federal, mas foi desestimulado por Bolsonaro, que preferiu ter como representante na Câmara, Hélio Negão, amigo de longa data. Agora, Marinho não descarta que Bebianno possa se lançar na disputas das eleições municipais no próximo ano.

— O Rio é um estado carente de políticos decentes. Se ele construir um núcleo forte, ele pode conseguir se viabilizar e se tornar um candidato nas próximas eleições, em 2020 — disse Marinho.

Questionado se Bebianno havia recebido um convite para atuar no governo de João Doria, em São Paulo, Marinho afirmou ao GLOBO que a chance existe no futuro.

— No momento acho que não, no futuro talvez — respondeu Marinho, entusiasta da candidatura de João Doria à presidência.

O empresário chegou a organizar dois jantares para Doria que tentou se viabilizar como candidato ao Planalto do PSBD nas últimas eleições.

— O capitão na origem nunca foi meu candidato. Quando o João (Doria) deixou de ser candidato, e o Bebianno me convidou para ajudá-lo na tarefa de levar o capitão à presidência, eu prontamente atendi, porque achei que era a melhor alternativa naquele momento — disse.

Durante a eleição, emprestou a casa para servir de estúdio da equipe que produziu os programas para a televisão de Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais. Com o envolvimento, Marinho acabou se tornando suplente de Flávio Bolsonaro na corrida por uma vaga no Senado.

O empresário sai em defesa de Flávio, no caso em que é investigado por movimentações atípicas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz , e nega a versão que se propaga na internet de que, junto com Bebianno, articula para que o filho do presidente perca o mandato.

— Eu tenho absoluta convicção de que o Flávio é inocente. Eu só fiz ajudá-lo o tempo inteiro, nunca fiz nenhum movimento que pudesse ser lido como um movimento contra ele. Eu não tenho nenhum interesse e assumir o cargo do Flávio — rebate.

Para Marinho, a massa de militantes de Bolsonaro na internet são responsáveis quase que integralmente pela crise e desencontros do governo.

— São versões que são plantadas na internet porque quem só faz o dia inteiro fomentar intriga no Governo. E, aliás, o governo está vivendo toda essa crise em  80% da vezes por causa das intriga.  Não tem nada de concreto, você esprema as histórias e não tem nada — diz.